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Vila Bela da Santíssima Trindade – Antiga Capital

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Moacyr Freitas – Quadros Históricos

Fundação de Vila Bela

  Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no Vale do Rio Guaporé, por motivos políticos e econômicos de fronteira. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General, foi nomeado pela Carta Régia de 25 de janeiro de 1749. Tomou posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura era fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado Conde de Azambuja. A 19 de março de 1752, D. Rolim de Moura fundou Villa Bela da Santíssima Trindade, às margens do Rio Guaporé, que se tornou capital da Capitania de Mato Grosso.
   Vários povoados haviam se formado na porção oestina, desde 1726 até a criação da Capitania, a exemplo de Santana, São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Pilar. Esses povoados, além de constituírem os primeiros vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, tornaram-se o embrião para o surgimento de Vila Bela, edificada na localidade denominada Pouso Alegre. O crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como maior fator de sua composição étnica, os negros oriundos da África para trabalho escravo, além dos migrantes de diversas áreas da Colônia.
   O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço de tempo em que esteve como sede política e administrativa da Capitania, até 1820. A partir daí, começou a haver descentralização política, e Vila Bela divide com Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no início do século XIX, Cuiabá atraía para si a sede da Capitania. Vila Bela recebia o título de cidade sob a denominação de Matto Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até ocasião de se propor a mudança da capital para Alto Paraguay Diamantino (atualmente município de Diamantino). A Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835, encerrou definitivamente a questão da capital, sediando-a em Cuiabá. Tratou-se de processo irreversível a perda da capital em Vila Bela, quando esta “vila” declinava após o governo de Luíz de Albuquerque.
   A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou às ruínas, e era considerada como qualquer outro município fronteiriço. Hoje em dia a cidade passou a ser vista de uma outra maneira, principalmente pelo redescobrimento de sua riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança Nacional. Em 29 de novembro de 1978, a Lei nº. 4.014, alterava a denominação de Mato Grosso para Vila Bela da Santíssima Trindade, voltando ao nome original.

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Livro revela aspectos inéditos da vida de Rondon e sua relação com os índios

Para historiadores que revisitaram a história dele para publicar um livro, o militar foi fundamental para a integração de um país de fronteiras frágeis e para estabelecer contato e manter a sobrevivência de tribos indígenas.

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Museu do índio

Expedicao roosevelt rondon

Theodore Roosevelt, Rondon e membros da equipe posam diante do marco do rio que leva o nome do ex-presidente americano.

Foram 40 anos explorando o sertão brasileiro. Neste período, ele percorreu mais de 100 mil quilômetros, o equivalente a 2,5 voltas ao redor da Terra. O tempo na mata e a distância vencida mostram o papel impressionante desempenhado pelo marechal Cândido Rondon, cuja morte completa 60 anos na próxima sexta-feira.

 

Para historiadores que revisitaram a história dele para publicar um livro, o militar foi fundamental para a integração de um país de fronteiras frágeis e para estabelecer contato e manter a sobrevivência de tribos indígenas. Além disso, ao levar cientistas em suas viagens, proporcionou o estudo e a descoberta de centenas de novas espécies, iniciando a catalogação do que hoje é conhecida como biodiversidade, uma das maiores riquezas do Brasil.

 

Abolicionista, responsável pelo contato com centenas de populações indígenas, criador do Serviço de Proteção ao Índio, transformado em Funai em 1967, e líder de missões em que convergiram ciência, humanismo e políticas públicas, Rondon ganhou admiradores entre intelectuais. Foi indicado duas vezes ao Nobel da paz, em 1953 e 1957. Em 1925, Albert Einstein sugeriu seu nome ao comitê do prêmio. Não ganhou a honraria, mas tem um estado brasileiro para manter viva sua lembrança: o nome de Rondônia foi inspirado no do militar.

 

O legado indianista de Rondon foi incomparável. Algumas tribos existem até hoje só por causa de seu trabalho. A ciência também deve muito a ele avalia Magali Romero Sá, uma das organizadoras do livro “Rondon: inventários do Brasil 1900-1930”, lançado recentemente pela editora Andrea Jakobsson Estúdio.

 

Outra autora, Lorelai Kury destaca que a República Velha, instalada no final do século XIX, tinha muito interesse nas missões rumo ao oeste e ao norte do país, cujas fronteiras ainda estavam em consolidação. As comissões, como eram chamadas as expedições de reconhecimento, acumulavam objetivos, todos relacionados às potenciais riquezas naturais e ao reforço do poder central sobre as localidades mais isoladas, como as habitadas por nações indígenas.

 

Rondon começou em uma missão chefiada em 1890 pelo major Gomes Carneiro, que instalava linhas telegráficas no país, conta Lorelai, que é professora do Programa de História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Na verdade, esta não era a principal missão, porque a tecnologia rapidamente tornou-se obsoleta. O efeito esperado era conhecer as tribos indígenas para incorporá-las ao trabalho de ocupação do território. E, simbolicamente, despertar um sentimento de brasilidade.

 

Dez anos depois, quando assumiu a chefia da primeira de suas seis expedições, Rondon investiu em rituais para criar uma identificação entre os índios e os ideais nacionalistas introduzidos pelos militares.

 

Para despertar o patriotismo dos indígenas, o marechal adotou costumes como um horário para o hasteamento da bandeira, revela Lorelai. Ao mapear uma região, Rondon colocava marcos em pedra e fotografava os indígenas ao lado deles, passando a ideia de que eram os guardiões daquele terreno.

 

Registro de cerimônias

 

Lorelai chama a atenção para a forma adotada pelo chefe das comissões de conquistar a amizade dos nativos.

 

Museu do índio

Expedicao roosevelt rondon

Membro de comissão mostra uma câmera para os índios na fronteira com a Colômbia: rituais de tribos eram filmados

Rondon explorava imagens de uma maneira magnífica: fez filmes de qualidade que incentivavam o orgulho nacional e outros que mostravam os costumes daquelas populações — conta.

 

Magali concorda que o senso midiático de Rondon foi importante para angariar apoio popular a suas expedições.

 

Muitas pessoas sequer sabiam que havia tentativas de entrar em contato com os índios, e outros acreditavam que os gastos governamentais para isso eram altos demais. As imagens registradas pelos militares, portanto, foram importantes para divulgar a validade e os resultados dos trabalhos, explica Magali, que também é professora de História das Ciências e da Saúde da COC/Fiocruz. Ao mesmo tempo, Rondon valorizava os rituais indígenas, e assim ganhava a confiança daquelas populações.

 

Além da apresentação dos valores republicanos, Rondon precisava levar aos seus superiores uma pilha de informações. Os relatórios e correspondências das comissões continham dados sobre diversos aspectos da vida nas tribos, como a estrutura das famílias, alimentação, indumentária, habitação, trabalho, formas de opressão, doenças e práticas de cura.

 

Para cumprir tantos estudos, o marechal não se restringiu à companhia de militares. Lorelai lembra que, em suas incursões, Rondon convidou profissionais de diversas áreas, entre eles; engenheiros, médicos, cientistas, pintores, cartógrafos e naturalistas.

 

Conforme os mapas oficiais ganhavam novas informações, as expedições também se dedicavam a batizar marcos geográficos. Um dos homenageados foi o ex-presidente americano Theodore Roosevelt, que acompanhou Rondon em uma comissão científica entre 1913 e 1914. O Rio da Dúvida transformou-se em Rio Roosevelt.

 

Enquanto os brasileiros abriam estradas e conheciam os indígenas, Roosevelt dedicou-se à caça. O hobby provocou incômodo geral, Rondon caçava apenas para comer, porque acreditava que os animais tinham alma. Muitos militares eram vegetarianos. Um jornal da época publicou uma charge em que um macaco perguntava a outro se sobrariam animais no caminho do ex-presidente.

 

 

 

 

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