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Série Governantes: responsabilidade fiscal

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Por Francisney Liberato

Mudança de mentalidade, de práticas e de valores. É um sinal de novos tempos. Fernando Henrique Cardoso

Para que possamos ter uma vida saudável e de forma sustentável, é imprescindível que entendamos a sistemática e o funcionamento da responsabilidade fiscal.

Se estamos vivendo um momento de bonança, precisamos da gestão financeira; se estamos em crise, necessitamos ainda mais da responsabilidade fiscal.

Pense na sua vida financeira: se você recebe o valor de R$ 5.000,00 por mês, você deve manter a sua família com a contenção de gastos, poupar recursos e efetuar investimentos. Todas as saídas de recursos jamais deverão ultrapassar o valor do seu recebimento mensal.

A regra é: gaste apenas os recursos que você dispõe. Em outras palavras, ao agir dessa forma, o ser humano mediano assumirá um papel relevante que é o da responsabilidade financeira.

Para gerar riqueza e crescer de forma sustentável é necessário que, em todos os aspectos – quer sejam da pessoa física ou jurídica –, é relevante que se tenha uma gestão financeira responsável. Do contrário, não há como prosperar de forma organizada sem haver um planejamento adequado.

Assim como na vida financeira pessoal, na Administração Pública não é diferente, uma vez que os governantes devem gerir os recursos financeiros para que sejam aplicados da melhor forma possível, ou seja, gerando benefícios para a população.

Em 04/05/2020, o Brasil completou 20 anos da Lei Complementar nº 101, a conhecida Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. A lei estabeleceu normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização.

É uma lei inovadora e densa a qual prevê, nos termos do Art. 1°, § 1°: “A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar”.

A LRF aplica-se a todos os entes políticos brasileiros e também aos poderes e órgãos independentes.

Essa lei reforça os princípios da Lei Federal nº 4.320/64, direcionando para uma necessidade da gestão responsável da receita e da despesa na busca do equilíbrio orçamentário e financeiro.

Desse modo, saímos de uma cultura em que os governantes gastavam de forma irresponsável para uma cultura de responsabilidade fiscal. O costume da época, na política brasileira, era de gestores que promoviam obras e empreendimentos no final do mandato, deixando as obrigações para os seus sucessores.

O presidente Fernando Henrique Cardoso, na concepção da lei, cunhou a frase “Mudança de mentalidade, de práticas e de valores. É um sinal de novos tempos”. Na visão do ex-presidente brasileiro, essa lei, de iniciativa do Poder Executivo, provocou mudanças substanciais no que tange à gestão financeira responsável dos governantes.

A lei criou uma ruptura, um processo de mudança da mentalidade dos velhos governantes para uma prática de valores visando tempos modernos para o país.

Mesmo para situações excepcionais como a de uma calamidade pública ou pandemia, a lei, há 20 anos, já previa essa circunstância e a consequente não aplicação de dispositivos para esses momentos sensíveis.

Apesar de duas décadas de vida da LRF, ainda são encontrados muitos entes federativos com dificuldades de controlar e equilibrar os recursos públicos. Agora, imagine se essa lei não existisse, como estaria o país neste momento?

É preciso que haja uma maior uniformização e estabilização das jurisprudências sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Que os gestores públicos sejam efetivamente penalizados quanto ao seu descumprimento. Que haja rigor maior rigor contra a corrupção. Que sejam banidas a contabilidade criativa e outras artimanhas para escapar da aplicação da lei.

A responsabilidade fiscal é tão relevante que recentemente a presidente Dilma Rousseff perdeu o seu mandato, por impeachment, devido ao fato de haver cometido crime de responsabilidade fiscal ou as conhecidas “pedaladas fiscais”.

Os governantes têm a liberdade e um poder discricionário para governar, mas é bom lembrar que toda a liberdade traz consigo a responsabilidade, o que muitos ignoram. Segundo Sigmund Freud, “a maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade”. É bom recordar aos governantes que a responsabilidade é inerente ao cargo que ocupam.

A população deposita confiança em governantes que tenham capacidade de gerir e aplicar bem os recursos públicos. A responsabilidade fiscal é indispensável para o sucesso e a sustentabilidade de um governo.

É necessário que haja uma reforma e profundas mudanças na mentalidade dos governantes para que tenham maior consciência, eficiência, zelo, controle de gastos dos recursos públicos. É tempo de renovação, é tempo de mudanças e é tempo de uma gestão fiscal responsável. E como tudo na vida, ainda há espaços para o aperfeiçoamento da moderna Lei de Responsabilidade Fiscal.

Francisney Liberato Batista Siqueira é Auditor Público Externo do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Chefe de gabinete de Conselheiro do TCE-MT, Palestrante Nacional, Professor, Coach, Mentor, Advogado e Contador, Autor dos Livros “Mude sua vida em 50 dias”, “Como falar em público com eficiência” e “A arte de ser feliz”.

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Qualidade de vida afeta produtividade no trabalho

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Por Danielle Ruiz

Uma pesquisa recente da Great People e Great Place to Work (GPTW, 2023) apontou que 51,4% dos brasileiros se sentem impactados negativamente pelo trabalho. Saúde mental e física, qualidade do sono e relações familiares foram as áreas citadas como mais prejudicadas. Diante desse contexto, precisamos urgentemente falar sobre a importância da qualidade de vida e produtividade.

Não há dúvida que a empresa ou organização precisa se conscientizar da importância de trabalhar  práticas comportamentais para melhorar o desempenho pessoal,  a qualidade de vida e as habilidades pessoais dos colaboradores, contribuindo assim com a construção do conhecimento incluindo metas, planejamento e autorrealização, o que geralmente é um trabalho de longo prazo.

Para começar, é muito importante entender dois aspectos sobre o comportamento dos seus colaboradores. O primeiro deles consiste nas emoções, que precisam ser equilibradas e gerenciadas, jamais reprimidas; já o segundo ponto compreende inúmeras transformações do colaborador, que em médio e longo prazo precisa receber todo apoio da empresa para alinhar objetivos de vida e profissionais.

Trabalhar esses aspectos básicos exige a geração de novos recursos, de modo a capacitar o colaborador para mudanças de mentalidade que incluam novas perspectivas, ideias, comportamentos, objetivos, confiança, crenças positivas, motivação  enfim , mentalidade de crescimento  que gere melhorias tanto pessoal  quanto profissionalmente.

Embora não seja normal aquela “sensação ruim” aos domingos, antes da volta ao trabalho na segunda-feira, de acordo com a pesquisa da Great People & GPTW, ela é sentida por 55,78% dos entrevistados, com prevalência maior entre os mais jovens: 11,49% dos ‘baby boomers’ a sentem, enquanto 57,39% da ‘geração Z’ têm o sentimento. Sim, gestores, temos que olhar para isso!

Esses números indicam que as pessoas muitas vezes não encontram propósito ou sentido no trabalho que fazem ou até que o pagamento não compense quando outros pilares da qualidade de vida são constantemente afetados, como não ter tempo ou estar muito cansado para fazer exercícios físicos, não conseguir realizar atividades de lazer, hobbies e ter momentos de qualidade com a família.

A pergunta é: como gestores e profissionais de recursos humanos podem criar uma cultura de cuidado em suas organizações?  A primeira recomendação é promover programas internos com incentivos positivos para que o colaborador cuide bem da saúde.

Como as pessoas passam boa parte do dia no trabalho, a empresa tem muitas oportunidades para ajudar nesse aspecto: se beber mais água é bom para a saúde, ela deve ser fácil de acessar. Se exercícios são importantes para nosso vigor físico, por que não implantar um programa que engaja os colaboradores em atividades regularmente?

Esse mesmo raciocínio pode ser usado para evitar que hábitos ruins para a saúde ocorram no ambiente de trabalho. Pode ser uma delícia comer salgadinhos gordurosos, mas pode ser uma boa ideia tornar o acesso a eles mais difícil. Até porque, determinados alimentos (como frituras) podem gerar perdas substanciais em tempo produtivo.

O ideal é que a empresa ajude o funcionário a se concentrar apenas em hábitos que realmente melhoram a vida, o que naturalmente vai gerar benefícios que afetarão positivamente o próprio trabalho, dentre eles, podemos destacar mais energia, sistema imunológico mais forte, bom humor e longevidade.

Por fim, vamos falar em gerenciamento de estresse e da ansiedade (visto que o Brasil está no ranking dos países mais ansiosos do mundo) e que requer uma cultura corporativa saudável, levando em conta os pilares da qualidade de vida, que compreendem qualidade de sono, tempo de descanso, relações familiares, contato com a natureza, alimentação saudável, exercício físico regular, entre outras atividades de autocuidado que influenciarão no bem-estar e na produtividade .

Uma frase do escritor e palestrante norte-americano Robert Karch, reconhecido mundialmente como autoridade na área de promoção de saúde e membro dos conselhos da AAPM (American Association of Preventive Medicine) e da HERO (Health Enhanced Research Organization) diz assim: “Nem todas as empresas precisam investir em qualidade de vida, promoção de saúde ou coisa parecida. Só aquelas que querem ser competitivas no século XXI”.

Danielle Ruiz é palestrante e coaching de alta performance, Master programação neuro linguística, Gestão de Equipes, A ciência do bem-estar pela Universidade de Yale

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