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Rio Paraguai renasce: Cheia histórica em 2025 transforma Cáceres e revive o esplendor do Pantanal
Por João Arruda | Cáceres
Após décadas de estiagens prolongadas, o Rio Paraguai apresentou níveis muito abaixo do normal. Nesta estação de cheia de 2025, o leito do rio, principal formador da Planície Pantaneira, em Cáceres ( a 210 km de Cuiabá), dobrou a lâmina d’água em relação aos anos anteriores, apresentando um verdadeiro espetáculo da natureza.
As baías no entorno da cidade de Cáceres desenham um cenário único com suas curvas sinuosas até desaguar na área urbana do município.
As frequentes precipitações pluviométricas nas nascentes do Paraguai, em Sete Lagoas, Diamantino, e nos três principais afluentes — Sepotuba, Cabaçal e Jauru — elevaram o nível do rio para 4,44 metros em Cáceres. Para efeito de comparação, nesta mesma data, em 28 de janeiro de 2024, a régua de medição da Marinha do Brasil registrou 2,68 metros.
Com sua mínima declividade, o Rio Paraguai, no município mato-grossense, marca geograficamente o início da depressão que se estende desde Cáceres, passando por Poconé, adentrando o estado do Mato Grosso do Sul, em Corumbá, e de lá alagando as áreas úmidas de Coxim, Aquidauana, Bela Vista, Miranda e Porto Murtinho. O bioma, tombado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, é o maior do mundo, apresentando uma flora e fauna que atraem milhares de visitantes anualmente.
É nesse ambiente que se concentram os maiores rebanhos bovinos do país, com destaque para os dois municípios pantaneiros: Cáceres (MT) e Corumbá (MS).
Antes dos colonizadores portugueses descobrirem o Pantanal, o explorador Álvar Núñez Cabeza de Vaca atingiu a atual cidade de Cáceres em 1527, a serviço do Reino Espanhol. Na época, ainda não havia uma delimitação clara dos limites entre os dois reinos.
Em janeiro de 1750, o diplomata lusitano Alexandre de Gusmão negociou com habilidade a divisão das terras, assegurando ao Brasil a maior parte do Pantanal, onde estão situados os dois estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), após a independência do Paraguai, que se desvencilhou do Vice-Reino da Espanha, o ditador Francisco Solano López não respeitou o Tratado de Madrid, destruindo quatro dos cinco marcos lavrados em mármore em Cádiz, na Espanha. Atualmente, apenas um deles permanece de pé na Praça Barão do Rio Branco, em Cáceres. Os demais foram quebrados e lançados ao rio.
Solano ainda tentou invadir Vila Maria do Paraguai (atual Cáceres), sem sucesso. Dessa tentativa, decorre o apelido de Cáceres: “A Princesinha do Paraguai” — a princesa que Solano não conquistou.
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Coronel Alex Jesus Soares deixa comando em Cáceres para missão internacional
Por João Arruda | Cáceres
O Coronel Alex Jesus Soares, atualmente à frente do comando do Exército Brasileiro na área de fronteira em Cáceres (a 210 km de Cuiabá), está de partida para uma importante missão internacional. Ele deixará seu posto em 1º de dezembro deste ano, após ser designado por seu Escalão Superior para um intercâmbio de dois anos junto ao Exército Sul-Coreano, em Seul, capital da Coreia do Sul, a partir de janeiro próximo.
Durante sua gestão no estratégico 66º Batalhão de Infantaria Motorizada, conhecido na região como 2º Batalhão de Fronteira, o Coronel Alex Jesus implementou inúmeras ações, contando com o apoio de seu comandante imediato, General Luiz Duarte Figueiredo Neto, e de seus subordinados. Na esfera operacional, destacou-se pela atuação conjunta com diversas forças de segurança, como as Polícias Federal, Rodoviária, Civil, Gefron, Militar, a Marinha do Brasil e a Polícia Ambiental, além de outros órgãos responsáveis pela vigilância e segurança pública na vasta região oeste de Mato Grosso.
No âmbito social, o Coronel Soares ampliou significativamente a rede de apoio a entidades afins, reafirmando parcerias com a rede municipal de ensino. Sua atenção especial foi dada às três Escolas Cívico-Militares de Cáceres: Frei Ambrósio, Senador Mário Motta e Ana Maria das Graças Noronha. Além disso, o Batalhão, em parceria com a Fundação Vicente Lenilson, desenvolve atividades semanais em sua área olímpica, com o objetivo de revelar futuros talentos do atletismo brasileiro. Os resultados dessa iniciativa já começam a aparecer, com atletas de Cáceres, em especial da Escola Estadual Cívico-Militar Mário Motta, conquistando diversas medalhas em jogos estaduais e no campeonato nacional recentemente encerrado em Uberlândia, Minas Gerais.
Com uma carreira militar já laureada, o Coronel Alex Jesus levará para o outro lado do mundo suas experiências acumuladas. Entre 2007 e 2009, ele participou da Missão de Paz no Haiti, na América Central, e em 2010, esteve na África do Sul, onde realizou um curso para o Estado-Maior junto às Forças Armadas daquele país. Fluente em inglês, francês e creole (o segundo idioma do Haiti), ele agora parte para Seul com o objetivo de aprofundar ainda mais seus conhecimentos e expandir suas vivências. Natural de Tucuruí, no Pará, o Coronel Alex passou a infância e parte da adolescência em terras pantaneiras, em Araputanga (MT) e Corumbá (MS).
Homenagem da Câmara Municipal de Cáceres
Em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade cacerense, o presidente da Câmara Municipal de Cáceres, Flávio Negação (MDB), e os demais vereadores aprovaram, por unanimidade, a concessão do título de Cidadão Cacerense ao Coronel Alex Jesus Soares.
Durante a concorrida sessão de homenagem, o Coronel Alex Jesus demonstrou, em seu pronunciamento, um vasto conhecimento sobre as origens de Cáceres. Ele rememorou a elevação da localidade à categoria de Vila Maria do Paraguai em 6 de outubro de 1778, destacando seu papel estratégico para a expansão do domínio brasileiro na fronteira oeste, além de sua importância como polo de desenvolvimento econômico e social.
O oficial ressaltou ainda a presença do Exército Brasileiro como fundamental para garantir a soberania do território nacional. Ao final de sua fala, visivelmente emocionado, o Coronel bradou: “Me sinto muito honrado com essa concessão de cidadania, e enfim, por bradar de plenos pulmões, desde agora e para sempre posso dizer com muito respeito e orgulho: sou Bugre pantaneiro!”, ecoando a autodenominação dos cacerenses natos.
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