Saúde
Quem está recebendo as doses disponíveis de Coronavac em cada estado brasileiro


Todos os Estados brasileiros receberam doses de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório da China Sinovac e já iniciaram a vacinação contra a covid-19.
O Ministério da Saúde definiu uma série de critérios para priorizar e dividir os grupos mais vulneráveis ao contágio pelo coronavírus. Mas Estados têm autonomia para fazer a distribuição das vacinas e definir suas prioridades, com base nas recomendações da pasta. No Maranhão, por exemplo, moradores de rua foram incluídos na primeira fase.
Em linhas gerais, por causa da escassez de vacinas, os governos estão vacinando atualmente apenas idosos que vivem em asilos, indígenas que vivem em aldeias e profissionais de saúde que trabalham na linha de frente contra o coronavírus.
Não há estimativa de quando a vacinação será estendida para outros grupos, como idosos que não vivem em asilos e pessoas com comorbidades, como diabetes e doenças cardíacas. Isso pode demorar semanas ou meses, a depender do estoque das vacinas. Há hoje no país somente 6 milhões de doses disponíveis e autorizadas para uso, sendo que milhares delas já foram aplicadas.
A BBC News Brasil fez um levantamento de como está a vacinação em cada Estado e quais são os públicos prioritários de cada um deles nesta fase inicial.
Acre
Vacinação no Acre começou na quarta-feira (20). A primeira etapa tem como público-alvo os trabalhadores de saúde da linha de frente contra a covid-19, além de indígenas e idosos institucionalizados (o que vivem em asilos, por exemplo).
Alagoas
O governo de Alagoas afirmou que vai vacinar todos os profissionais na linha de frente contra o novo coronavírus, idosos institucionalizados e indígenas. O Estado disse que vai enviar 25.130 doses da Coronavac para os 102 municípios alagoanos.

Amazonas
Na primeira fase de vacinação, iniciada na segunda-feira (18), o governo do Amazonas vai imunizar 262 mil pessoas, começando por trabalhadores da saúde, população indígena e idosos.
Amapá
O governo do Amapá iniciou a vacinação na terça-feira (19) e fará a imunização da população em quatro etapas. A primeira engloba 18.558 profissionais da saúde, a segunda 69.168 pessoas a partir de 60 anos, a 3ª com 21.721 pessoas com comorbidades e a quarta são 29.382 pessoas que incluem trabalhadores da educação, das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e povos indígenas.
Antes de atender outras fases da população ainda serão vacinadas 32.3544 trabalhadores dos transportes coletivo (rodoviário, metroferroviário, aéreo e portuário), povos e comunidades tradicionais ribeirinhas, detentos e pessoas com deficiências permanente severas.
Bahia
Na Bahia, mais de 19 mil pessoas já foram vacinadas com a primeira dose do imunizante contra a covid-19. O Estado recebeu 376,6 mil doses.
Nesta primeira fase, serão imunizados os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à doença e em unidades de saúde de urgência e emergência, idosos que vivem em instituições de longa permanência, indígenas e comunidades tradicionais.
Ceará
O governo do Ceará começou a vacinar a população com as 109 mil que chegaram ao Estado. A prioridade será para profissionais de saúde da linha de frente de combate à covid-19 de unidades públicas e privadas e idosos institucionalizados (que moram em asilos).
Distrito Federal
Mais de 7.000 pessoas já foram vacinadas contra o novo coronavírus no Distrito Federal desde a aplicação da primeira dose na terça-feira (19).
O Distrito Federal recebeu 106.160 doses da Coronavac. Essas primeiras vacinas serão destinadas a trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia, indígenas, idosos e pessoas com deficiência em asilos, além de cuidadores que atuam nessas instituições.

Espírito Santo
Ao menos 3.000 pessoas foram imunizadas com a primeira dose da vacina contra a covid-19 no Espírito Santo. Na primeira fase, serão vacinados os profissionais da saúde, pessoas com de 60 anos que moram em asilos, pessoas maiores de 18 anos com deficiência residentes em residências inclusivas e indígenas. Idosos acima dos 75 anos não institucionalizados serão vacinados após a chegada de mais imunizantes.
Goiás
A vacinação em Goiás começou na quarta-feira após o Estado receber 183 mil doses da Coronavac. A prioridade será imunizar os trabalhadores de saúde que atuam na linha de frente contra a covid-19, idosos com 60 anos ou mais e pessoas com deficiência que vivem em instituições, além de indígenas aldeados. A segunda dose está programada para começar em fevereiro.
Maranhão
O Maranhão já distribuiu as 164 mil doses da vacina contra a covid para suas 217 cidades. Nesta primeira etapa, serão vacinados profissionais de saúde, pessoas de 75 anos ou mais e pessoas de 60 anos ou mais que vivem em asilos.
Também serão priorizados na primeira fase a população em situação de rua, os indígenas, além dos povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas.
Mato Grosso
Após receber mais de 126 mil doses da Coronavac, o Mato Grosso iniciou a campanha de vacinação contra a covid-19 na segunda-feira (18). Nesta primeira fase, o Estado vai priorizar a imunização dos trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus, idosos com 60 anos ou mais que vivem em asilos ou instituições psiquiátricas, pessoas com deficiência que vivem em instituições e indígenas aldeados.

Mato Grosso do Sul
Em pouco mais de um dia após a chegada de mais de 158 mil doses da vacina contra a covid-19, os 79 municípios do Mato Grosso do Sul receberam a vacina. Na primeira fase, serão imunizados os idosos com mais de 60 anos que moram em instituições em casas de repouso, além de indígenas e trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente contra a pandemia de covid-19.
Minas Gerais
O Estado de Minas Gerais recebeu 577 mil doses da Coronavac. Inicialmente, serão vacinados “profissionais de saúde que estão expostos a riscos, idosos em instituições de longa permanência e também os indígenas que vivem em aldeias”.
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Pará
O Pará recebeu 173 mil doses da vacina contra o coronavírus. Desse total, 48.680 foram destinados à população indígena. O restante foi destinado para profissionais da saúde que atuam na linha de frente no combate à covid-19 e idosos que vivem em asilos.
Paraíba
O Estado da Paraíba vai vacinar 54.689 pessoas com as primeiras doses recebidas da Coronavac. Serão imunizados 42.925 trabalhadores da saúde, 10.432 indígenas aldeados, 1.212 pessoas idosas em asilos e 120 pessoas com deficiência institucionalizadas.
Paraná
Após receber 265 mil doses da vacina contra a covid, o Paraná já distribuiu o imunizante para todos os seus 399 municípios.
Nesta primeira fase, a aplicação é feita nos “profissionais da saúde, indígenas, idosos institucionalizados e pessoas com deficiência severa”, segundo o governo.
Pernambuco
Pernambuco recebeu 270 mil doses da Coronavac nesta semana. Com essas doses, segundo o governo, será possível vacinar 34% dos trabalhadores de saúde pernambucanos e todos os 26,5 mil indígenas, 2,5 mil idosos institucionalizados e 130 pessoas com deficiência institucionalizados.
Piauí
Desde segunda-feira, o Piauí iniciou sua campanha de vacinação contra a covid-19. O Estado recebeu 61.160 doses da Coronavac, que imunizarão 28.651 profissionais da saúde, 10 pessoas com deficiência institucionalizadas, 460 com mais de 60 anos institucionalizadas e 21 para indígenas vivendo em terras demarcadas.
Rondônia
Quase 50 mil doses da Coronavac foram distribuídas para os 52 municípios de Rondônia. A prioridade do Estado é vacinar os profissionais da linha de frente contra a covid-19, os indígenas aldeados e idosos com mais de 60 anos que moram em casas de repouso ou asilos.

Rio de Janeiro
O governo do Rio de Janeiro já distribuiu as quase meio milhão de doses da vacina contra o coronavírus em todos os seus 96 municípios.
O Estado disse que vai priorizar nessa primeira fase os trabalhadores da linha de frente da saúde, idosos que vivem em asilos, pessoas com deficiência com mais de 18 anos que vivem em residências inclusivas e população indígena que vive em aldeias.
Rio Grande do Norte
O Rio Grande do Norte iniciou a vacinação da população após receber um lote com 82 mil doses da Coronavac. Nesta primeira fase, serão imunizados os profissionais da saúde que atuam na linha de frente do combate à covid-19, pessoas com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em asilos e pessoas de comunidades tradicionais ribeirinhas.
Roraima
O governo de Roraima iniciou a campanha de vacinação contra a covid-19 após a chegada das primeiras 87 mil doses da Coronavac no Estado. Nessa primeira etapa, o governo diz que vai imunizar toda a população indígena aldeada, idosos em asilos e os profissionais de saúde.
Rio Grande do Sul (RS)
O Rio Grande do Sul distribuiu 341 mil doses de vacinas contra a covid-19 para 496 municípios. Apenas um receberá as doses na sexta-feira (22).
Nesta primeira fase, o governo diz que serão vacinados 34% dos trabalhadores da saúde, todos os idosos que moram em asilos, todas as pessoas maiores de 18 anos com deficiência que vivem em residências inclusivas e toda a população indígena que vive em aldeias.
Santa Catarina
Santa Catarina recebeu 144 mil doses da Coronavac na segunda-feira (18/01), quando começou a imunizar a população. Dessas doses, 17.480 são destinadas à população indígena.
As outras atenderão profissionais da saúde, além de idosos e deficientes que vivem em asilos ou abrigos.
Sergipe
Sergipe iniciou a vacinação contra a covid-19 após a chegada de mais de 48 mil doses ao Estado. Além dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à covid-19, serão imunizados prioritariamente os idosos que vivem em abrigos e indígenas aldeados.
São Paulo
Até a noite desta quinta-feira (21), o governo de São Paulo tinha vacinado mais de 53 mil pessoas contra o coronavírus. A expectativa do governo é que 9 milhões de pessoas (20% da população estadual) estejam vacinadas com as duas doses da vacina até o dia 28 de março.
Nesta primeira fase, serão vacinados profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos e pessoas com deficiência com mais de 18 anos que vivem em asilos, indígenas aldeados e quilombolas.
Tocantins
O Tocantins já começou a vacinar pessoas com as 44 mil doses da Coronavac que recebeu. A prioridade definida pelo Estado é imunizar idosos que vivem asilos, trabalhadores de saúde que atuam no enfrentamento da covid e outros grupos definidos como prioritários pelo Ministério da Saúde, como indígenas.
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Saúde
Recuperado, 1° paciente com Covid-19 no Brasil quer seguir anônimo um ano depois


Há um ano, em pleno feriadão de carnaval, enquanto muitos pulavam pelas ruas, indiferentes ao coronavírus, os funcionários do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, se deparavam com um paciente que demandava atenção extra.
Ele chegou ao pronto-atendimento por volta das 20h do dia 24 de fevereiro, segunda-feira. Tinha tosse, dor de garganta, febre, coriza. Um resfriado normal? Poderia ser, mas seu relato de viagem recente à Itália, onde a Covid-19 já fazia vítimas, acendeu um alerta na equipe de plantonistas.
“Ele tinha voltado da região da Lombardia três dias antes”, lembra Fernando Gatti, infectologista que recebeu naquela noite uma ligação dos colegas do pronto-socorro e, a partir dali, assumiu o caso.
O protocolo vigente no país até então recomendava testar viajantes que tivessem passado por países da Ásia, recorda o médico, mas o Einstein havia combinado critérios mais amplos. Veio então o pedido ao paciente para que fizesse um teste PCR com coleta de material do fundo do nariz e da garganta. Até ali, um exame pouco usual. O homem em questão, um empresário morador de São Paulo então com 61 anos, porém, prontamente concordou.
“Ele foi um paciente bastante colaborativo, porque poderíamos indicar o exame e ele não concordar com a realização. Mas ele entendeu a importância, foi muito simples convencê-lo”, diz Gatti.
Horas depois, por volta da meia-noite, sairia o primeiro resultado, conta Rúbia Santana, coordenadora do laboratório de biologia molecular do Einstein, onde o exame foi feito. Ela, que não estava no plantão (“não achávamos que isso fosse acontecer naquele momento”), tem vívida a lembrança do susto que tomou ao receber, em casa, o aviso do que se passava no hospital.
“Ficamos espantados e quisemos ter certeza de que não tinha ocorrido nenhum problema durante o processo. Repetimos todo o teste para confirmação”, recorda a bióloga. “Naquela época, tudo era muito manual. Não tínhamos as tecnologias que temos hoje para ajudar no teste, então era tudo mais demorado. Imagina a nossa ansiedade querendo confirmar algo assim tão inédito e tendo que esperar aquele tempo todo!”, lembra-se ela, que viu o laboratório, equipado ao longo do último ano com robôs para ajudar nas demandas da pandemia, passar de 3 mil para 80 mil testes por mês.
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Sob pressão
Naquela madrugada de terça de carnaval foram executados novos testes e, pela manhã, a certeza: tratava-se do primeiro paciente com Covid-19 no Brasil.
O Einstein comunicou o fato às vigilâncias sanitárias e encaminhou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo de São Paulo, pois, naquele período, para inaugurar as estatísticas sobre a pandemia, era necessária a validação de um laboratório de referência do estado. Após a checagem, a revelação foi feita à imprensa no dia 26.
Uma informação, no entanto, nunca foi dada. O nome do paciente é segredo, a pedido do próprio. Aliviar o estigma de ser o primeiro caso identificado no país, aliás, foi um dos principais pontos de atenção de Gatti no trato com o doente.
“No começo, mantive contato de forma virtual com ele três vezes por dia. Para ele e a família, tive que fazer também um pouco o papel de psicólogo. Sendo o primeiro caso no Brasil, ele se sentia bastante assediado, não se sentia bem com isso”, diz o infectologista. “Sempre disse a ele que poderia ser qualquer outra pessoa, qualquer outro viajante daquela época. Por ser uma pandemia, a gente sabia que chegaria ao país de alguma forma”.
Depois da assistência pelo celular, com o paciente em isolamento em casa, veio a necessidade de internação em leito semi-intensivo, para tratar uma pneumonia bacteriana, complicação comum após a infecção pelo Sars-CoV-2. A privacidade foi mantida, inclusive no transporte até o hospital, feito em ambulância.
A recuperação foi plena, sem sequelas, diz Gatti, que ainda faz contato esporádico com o ex-paciente. Em conversa recente, perguntou se ele gostaria, finalmente, de se manifestar em público:
“Ele prefere se manter no anonimato mesmo”.
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