POLÍTICA NACIONAL
Nos 21 Dias de Ativismo, Senado reforça combate à violência digital contra mulheres
De 20 de novembro a 10 de dezembro, o mundo se mobiliza nos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres. Em 2025, a campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) traz o tema UNA-se para Acabar com a Violência Digital contra Todas as Mulheres e Meninas, destacando o avanço do assédio on-line e a importância da segurança digital para a igualdade de gênero.
Segundo a ONU, uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência ao longo da vida. No ambiente virtual, os ataques vão do compartilhamento não consentido de imagens íntimas a deepfakes, ameaças, cyberbullying e perseguição. Jornalistas, ativistas, políticas e defensoras de direitos humanos — sobretudo mulheres negras, indígenas, com deficiência ou LGBTQIA+ — estão entre as principais vítimas.
Os agressores utilizam diferentes meios tecnológicos: redes sociais, plataformas de jogos e streaming, salas de bate-papo e até rastreadores por GPS. Esses ataques virtuais muitas vezes transbordam o ambiente digital e passam para o mundo físico, resultando em agressões e feminicídios.
A história de Maria da Penha Maia Fernandes, símbolo da luta contra a violência doméstica, ilustra como o ódio digital também atinge mulheres com histórico de combate ao machismo. Quase duas décadas após a criação da Lei Maria da Penha Lei Maria da Penha, fake news nas redes tentam descredibilizar sua trajetória e colocam sua segurança em risco.
Proteção das mulheres
No Senado, há várias propostas de enfrentamento à violência contra as mulheres. Entre elas está em discussão o PL 1.033/2025, da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que estabelece penas mais graves para os crimes de violência digital praticados contra a mulher. A própria senadora tem sido vítima de deepfake, além de receber ameaças de morte, dirigidas a ela e a seus familiares.
A Casa também reforça seu compromisso com a proteção das mulheres por meio de novas ações. Uma delas é o Zap Delas, canal de atendimento via WhatsApp no número (61) 98309-0025, que oferece acolhimento imediato, orientação jurídica e encaminhamento seguro às vítimas de ataques digitais.
Criado pela Procuradoria Especial da Mulher, sob coordenação da senadora Augusta Brito (PT-CE), o canal foi lançado em momento pré-eleitoral, decisivo para mulheres na política.
— O Zap Delas nasce para oferecer acolhimento e encaminhamento seguro às mulheres que são alvo de violência política, especialmente nas redes. Trabalhamos para integrar o serviço com o Ministério da Justiça, o Conselho Nacional de Justiça e as Procuradorias da Mulher em todos os estados, além de dialogar com as plataformas digitais — afirmou Augusta Brito.
A senadora também mencionou a importância do Senado Verifica, serviço oficial de combate à desinformação da Casa.
— A desinformação é uma das principais armas usadas para atacar mulheres na política. Quando o Senado atua de forma proativa, defende a democracia e o direito das mulheres de estarem na política — ressaltou.
O Senado Verifica realiza checagens de fatos e ações de educação midiática. Para acionar o serviço, basta enviar fotos, vídeos e links de informações suspeitas sobre o Senado para o WhatsApp (61) 98190-0601 ou pelo e-mail: [email protected]
Base nacional de dados
Outra frente de atuação é o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), que, em parceria com o DataSenado, lança no dia 27 de novembro, em sessão especial no Plenário, a 11ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher. Pela primeira vez, o levantamento inclui um bloco sobre violência digital e as razões que levam muitas vítimas a não denunciar as agressões.
— Nosso trabalho busca subsidiar o Legislativo com dados e análises que ajudem a transformar a realidade das mulheres brasileiras. A pesquisa deste ano amplia o olhar sobre a violência digital e sobre as razões que ainda silenciam muitas vítimas — afirma Maria Teresa Prado, assessora do OMV.
Em 2025, o Observatório coordenou a criação da Rede Nacional de Observatórios das Mulheres, que reúne instituições de pesquisa, órgãos públicos e parlamentos. A ação fortalece o intercâmbio de informações e consolida uma base nacional de dados sobre violência de gênero, apoiando políticas públicas mais eficazes e sensíveis às diferentes realidades das mulheres no país.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
POLÍTICA NACIONAL
Comissão aprova regras para acompanhamento de operações envolvendo pessoas expostas politicamente
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que estabelece regras para o tratamento de Pessoas Expostas Politicamente (PEPs) no sistema de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo supervisionado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Pelo texto aprovado, serão consideradas PEPs as pessoas que ocupam ou ocuparam, nos últimos cinco anos, altos cargos públicos no Brasil e no exterior, além de dirigentes partidários, executivos de empresas públicas e representantes de entidades internacionais. Por exercerem funções com poder decisório e acesso a recursos públicos, essas pessoas são classificadas como de maior risco para fins de prevenção à lavagem de dinheiro.
A proposta determina que bancos, corretoras, seguradoras e demais setores sujeitos às regras de prevenção à lavagem de dinheiro adotem procedimentos específicos para monitorar operações realizadas por PEPs, seus familiares, estreitos colaboradores e empresas das quais participem.
Pelo texto, essas instituições financeiras deverão consultar a alta administração para iniciar ou manter o relacionamento com PEPs, além de verificar a origem dos recursos e realizar o monitoramento contínuo das operações.
Bases oficiais
O texto também exige consulta a bases oficiais, como o Portal da Transparência e o Siscoaf, para identificação de PEPs. No caso de autoridades estrangeiras, deverão ser usadas fontes abertas e bases públicas e privadas.
O texto aprovado na comissão é o substitutivo da deputada Ana Pimentel (PT-MG) ao Projeto de Lei 3240/23, de autoria dos deputados Chico Alencar (Psol-RJ), Luiza Erundina (Psol-SP), Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), entre outros.
O parecer reorganiza e simplifica a lista de cargos considerados PEPs, deixando parte das definições para a regulamentação. O texto também flexibiliza exigências, ao permitir que a autorização prévia da alta administração seja substituída por políticas internas de prevenção à lavagem de dinheiro, e distribui competências sancionatórias a outros órgãos reguladores além do Coaf.
Ana Pimentel destacou que as medidas previstas têm caráter preventivo. “As providências específicas relativas às PEPs não têm natureza sancionatória. Não se pode inferir que alguém esteja envolvido em atividades criminosas apenas por se enquadrar nessa classificação”, afirmou.
A proposta prevê sanções administrativas para instituições que descumprirem as regras e autoriza os órgãos reguladores a definir exigências complementares de gerenciamento de risco e controle das operações.
Hoje, segundo determina a Lei de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e a Resolução Coaf 29/17, as instituições financeiras devem adotar diligência reforçada em operações envolvendo pessoas politicamente expostas, incluindo checagem de origem de recursos, monitoramento e comunicação de operações suspeitas.
Próximos passos
A proposta, que tramita em caráter conclusivo será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados
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