Filósofo e antropólogo estruturalista (Bruxelas-Bélgica, 28.11.1908). Dedicou sua vida a construção de paradigmas baseados na lingüística estrutural, na teoria da informação e na cibernética, a fim de interpretar as culturas consideradas por ele como sistemas de comunicação, contribuindo para o avanço da antropologia social. Foi professor de Sociologia na Universidade de São Paulo no período de 1934 a 1937 e lecionou nos Estados Unidos de 1950 a 1954. Na Universidade de Paris tornou-se catedrático de antropologia do Collège de France, de 1959 a 1982. Sua obra teve grande repercussão no meio acadêmico, redirecionando o estudo das ciências sociais. Sua visita ao Brasil, especialmente aos estados de Mato Grosso e Rondônia foi fundamental para consolidação de seu pensamento antropológico. Participou de duas expedições ao Brasil Central, juntamente com sua esposa, Dina Lévi-Strauss, entre novembro de 1935 a março de 1936, quando visitaram a aldeia Kejári, dos Bororo e Kadiwéu e, entre maio de 1938 a janeiro de 1939, a Serra do Norte. Essa expedição ficou conhecida por “Expedição Etnográfica à Serra do Norte” que, além de realizar pesquisas de campo entre os Nambiquara, visitou os Kabixiana, Paresi e Tupi-kayabi, do Rio Machado. Dentre sua vasta produção acadêmica, destacam-se as obras Tristes Trópicos, O Pensamento Selvagem, Raça e História, Antropologia Estrutural, Olhar, Ouvir, Ler, Saudades do Brasil, dentre tantas outras. Seus estudos trouxeram uma importante contribuição para o conhecimento etnográfico dos índios de Mato Grosso. Produziu uma série de artigos sobre os índios que visitou durante as expedições. Seu primeiro artigo sobre os Bororo foi publicado no Journal de la Société des Américanistes, no ano de 1936 e, no mesmo ano, também publicado na Revista do Arquivo Municipal. Em Nova York, escreveu “A vida familiar e social dos Nambiquara”, editado em 1948. Para o Handbook of South American Indians, escreveu mais quatro artigos sobre os índios Nambiquara e Kayabi. (AM)