A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na quarta-feira (30.04), o inquérito que investigava um suposto confronto entre criminosos e policiais militares, ocorrido sete dias após o assassinato do advogado Renato Nery. A investigação revelou que a arma utilizada no homicídio do advogado foi encontrada neste confronto, mas que a versão apresentada pelos PMs não correspondia à realidade.

O inquérito, conduzido pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, apurou que, ao contrário do que foi alegado pelos policiais militares, as pessoas abordadas no suposto confronto não utilizaram armas de fogo. Exames periciais e outras provas demonstraram que as armas foram colocadas na cena do crime após o ocorrido.

Os policiais envolvidos foram interrogados diversas vezes sobre a ligação da arma de fogo ao homicídio do advogado Renato Nery, mas se reservaram ao direito de permanecer em silêncio.

Diante dos indícios e evidências de condutas criminosas por parte dos agentes públicos, os quatro policiais militares foram indiciados pelos seguintes crimes:

Homicídio qualificado para assegurar a impunidade do crime anterior (com relação à vítima fatal do confronto).
Homicídio tentado (com relação às outras duas vítimas, sendo uma delas alvejada).
Porte ilegal de arma de fogo (considerando que as armas foram transportadas ilegalmente pelos militares).
Fraude processual (devido à alteração da cena do crime, com a colocação das armas, sendo que uma delas foi comprovadamente utilizada para matar o advogado Renato Nery).

Com a conclusão do inquérito e o indiciamento dos envolvidos, os quatro policiais militares permanecem presos preventivamente à disposição da Justiça. Os autos foram encaminhados ao Ministério Público Estadual para oferecimento de denúncia.

Investigação sobre o homicídio de Renato Nery continua

A DHPP informa que o inquérito policial que apura o homicídio do advogado Renato Nery ainda está em andamento e não foi concluído.