Saúde
Hospital em Cuiabá realiza cirurgia inédita em bebê ainda no útero
O Hospital e Maternidade Femina se tornou a primeira unidade de saúde de Cuiabá a realizar uma cirurgia para correção de mielomeningocele (espinha bífida) ainda no útero, utilizando a técnica de divulsão da parede uterina. O procedimento, de alta complexidade, foi conduzido em uma gestante de 27 anos, moradora da Capital, que enfrentava uma gravidez desafiadora após o diagnóstico da malformação em sua bebê, Sofia, feito nas primeiras semanas de gestação.
A cirurgia foi realizada no dia 22 de junho, sob a liderança do neurocirurgião Dr. Sérgio Cavalheiro, especialista em neurocirurgia e referência internacional em neurocirurgia pediátrica, e contou com o auxílio direto de uma equipe multiprofissional altamente qualificada, composta por neurocirurgiões, obstetras e anestesistas.
“Utilizamos a técnica de divulsão da parede uterina para acessar e reparar a medula espinhal exposta do feto, promovendo a correção necessária para prevenir danos neurológicos futuros”, destacou Dr. Sérgio Cavalheiro.
A equipe contou com a participação dos neurocirurgiões Dr. Sérgio Cavalheiro e Dr. Giovani Mendes Ferreira, de Cuiabá; Dr. Anselmo Verlangieri Carmo, especialista em Medicina Fetal; de obstetras liderados pela Dra. Maria Aparecida Mazutti; dos médicos anestesistas e ampla equipe de enfermagem. A cirurgia teve o acompanhamento direto do diretor técnico do Hospital e Maternidade Femina, o obstetra Dr. Carlos Alberto Zaguini.
De acordo com Zaguini, o procedimento evidencia a estrutura e o nível de especialização do Hospital e Maternidade Femina. “É um marco para a saúde de Cuiabá e para a Medicina fetal em Mato Grosso. Não existe mais a necessidade de encaminhar as gestantes para centros especializados em outras regiões do país. Aqui temos estrutura e equipe para realizar procedimentos de alta complexidade com segurança e excelência”, completou.
O neurocirurgião pediátrico Giovani Mendes Ferreira, especialista na patologia, explica que o diferencial desse tipo de cirurgia é a correção de uma malformação na coluna do feto que deixa a medula exposta, provocando sequelas permanentes e bastante limitantes para a vida.
O médico ressaltou ainda que a técnica utilizada, conhecida como divulsão da parede uterina, foi realizada pela primeira vez em Mato Grosso. “Isso coloca o estado na vanguarda da neurocirurgia, já que poucos centros no país e no mundo realizam esse tipo de procedimento”, completou Giovani.
Diagnóstico precoce muda rumos da gestação
A gestante Maira Pacheco Maia Lima relata que o diagnóstico de mielomeningocele foi feito durante exame de pré-natal com o Dr. Anselmo Verlangieri Carmo, quando estava com 21 semanas de gestação. A condição afeta o fechamento da coluna vertebral e do canal medular do bebê ainda durante a formação no útero, podendo levar a complicações motoras, urinárias, intestinais e neurológicas.
“Foi muito desesperador receber o diagnóstico, mas graças a Deus caímos nas mãos certas. O Dr. Anselmo nos deu toda a orientação e nos apresentou ao Dr. Sérgio Cavalheiro, que prontamente nos auxiliou e deu esperanças para nós e para a Sofia”, relatou Maira, em recuperação no hospital, acompanhada do marido, Josemar Lima, professor universitário.
A técnica de divulsão da parede uterina para correção intrautero da mielomeningocele é recomendada entre a 24ª e a 26ª semanas de gestação e visa prevenir sequelas motoras, urinárias e neurológicas para o bebê.
No caso de Sofia, a cirurgia foi realizada com sucesso, ampliando as chances de uma vida com mais qualidade e menor risco de complicações após o nascimento. Agora, a mãe e a bebê seguem sob cuidados e acompanhamento médico até o nascimento.
Sobre o Hospital e Maternidade Femina
Com mais de 45 anos de história, o Hospital e Maternidade Femina é referência em Pediatria, Obstetrícia e Ginecologia. Com atendimento 24h e estrutura completa para procedimentos de alta complexidade, laboratório para análises clínicas e UTIs nas modalidades adulta, neonatal e pediátrica.
Saúde
Outubro Verde em Mato Grosso: SES reforça campanha contra sífilis
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) promove durante todo o mês de outubro a campanha “Outubro Verde”, intensificando a conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis e da sífilis congênita. Com o slogan “O Diagnóstico Precoce é o Primeiro Passo para a Cura”, a iniciativa busca mobilizar a população e profissionais de saúde para combater o avanço da doença no estado.
Apesar de não ter o mesmo destaque que o “Outubro Rosa”, o “Outubro Verde” possui relevância crucial para a saúde pública, conforme destacou o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo. “É uma campanha muito relevante e merece o cuidado e atenção da Secretaria para a redução de casos de sífilis e sífilis congênita no estado”, afirmou.
Anualmente, o terceiro sábado de outubro é marcado pelo Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita – neste ano, a data será celebrada no dia 18. Queli de Oliveira, servidora da área técnica da sífilis da SES, explica que a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, e que, apesar de grave, é curável com tratamento adequado. “Queremos chamar a atenção para os cuidados contra essa doença. É importante que as pessoas percam o receio do diagnóstico e façam o teste rápido gratuito para, em caso positivo, tratar a doença o mais rápido possível”, ressaltou.
A doença pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas e, de forma preocupante, durante a gestação, da mãe para o feto, o que pode acarretar sérios problemas de saúde para o recém-nascido (sífilis congênita).
Estratégias de combate e mobilização municipal
A SES-MT, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, tem desenvolvido diversas estratégias para conter a sífilis em Mato Grosso. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são pontos chave na oferta de preservativos, testes rápidos e penicilina para o tratamento, todos disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para fortalecer as ações, a SES promoverá, ao longo de outubro e novembro, reuniões online com os municípios das 16 regiões de saúde. O objetivo é discutir a operacionalização das ações de controle da doença. “Vamos avaliar as potencialidades e fragilidades de cada região, identificar como os municípios estão agindo, incentivar a testagem e o rastreamento de casos, e alinhar estratégias para fortalecer o combate à doença em todo o estado. Daremos ênfase no diagnóstico precoce e no tratamento oportuno”, detalhou Queli de Oliveira.
O trabalho conjunto com as maternidades também é considerado imprescindível para diagnosticar e tratar tanto a mãe quanto o recém-nascido afetados pela sífilis congênita.
Diversos municípios já aderiram à mobilização do Outubro Verde com ações variadas, incluindo:
- Ações educativas com gestantes e seus parceiros.
- Busca ativa de gestantes com pré-natal atrasado.
- Parcerias com comércios e empresas para testagem rápida de funcionários.
- Testagem e educação em saúde para populações em garimpos, mineradoras e casas noturnas.
- Campanhas escolares sobre prevenção de ISTs e uso de preservativos.
- Dias D de testagem em assentamentos e UBSs.
- Simpósios sobre sífilis na gestação e congênita.
- Capacitação de profissionais para realização de testes rápidos.
- Testagem por demanda espontânea em Serviços de Atenção Especializada (SAE).
A notificação dos casos de sífilis por profissionais de saúde é fundamental para o controle da doença. “Os dados permitem que as autoridades de saúde rastreiem os casos, investiguem a cadeia de transmissão, planejem e executem medidas de prevenção e tratamento eficaz”, concluiu a servidora.
Números preocupantes em Mato Grosso
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde revelam um cenário preocupante em Mato Grosso. Em 2023, foram registrados 3.718 casos de sífilis adquirida, 1.853 casos de sífilis em gestantes e 278 casos de sífilis congênita em menores de 1 ano. Em 2024, esses números tiveram um aumento, com 4.025 casos de sífilis adquirida, 2.243 em gestantes e 359 casos de sífilis congênita em menores de 1 ano.
Nos primeiros nove meses deste ano (janeiro a setembro), já foram contabilizados 2.620 casos de sífilis adquirida, 1.411 em gestantes e 247 casos de sífilis congênita em menores de 1 ano, evidenciando a necessidade urgente das ações de prevenção e controle.
-
TRIBUNAL DE JUSTIÇA MT4 dias atrásMauro Mendes nomeia Ricardo Almeida com novo desembargador do TJ-MT
-
BRASIL E MUNDO6 dias atrásLula envia Projeto de Lei Antifacção ao Congresso com pedido de urgência
-
TRIBUNAL DE JUSTIÇA MT4 dias atrásConfira os percursos de 5 km e 10 km da 7ª Corrida do Judiciário
-
esportes6 dias atrásFlamengo goleia Sport no Maracanã e assume liderança provisória do Brasileirão
-
esportes5 dias atrásSão Paulo quebra sequência do Vasco e vence em São Januário, sonhando com G6
-
Educação4 dias atrásSeduc reforça papel do Assistente de Educação Especial no atendimento a estudantes com deficiência
-
cultura4 dias atrásFlor Ribeirinha encanta Times Square e leva o Siriri de Mato Grosso ao coração de Nova York
-
cultura4 dias atrásProjeto Piano Gente encanta escolas rurais de Cuiabá com arte e memórias afetivas




