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Falta de política ambiental piora a crise econômica

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Por Alberto Scaloppe*

As consequências ambientais e econômicas, de responsabilidade inconteste do governo federal, estão sobrecarregando a já sobrevivente economia brasileira. Estamos perdendo bilhões de reais em investimentos por desconsiderar a necessidade real da atividade econômica sustentável. A falta de uma política ambiental do atual governo abriu um fosso do qual está resistindo em sair, mesmo diante de todas as manifestações, em especial do setor privado. Sim, do dono do capital.

A política ideológica ambientalista retrógada iniciou com a desistência em sediar a conferência climática da ONU em 2019 e com a destituição de 21 superintendentes do Ibama, deixando alguns estados sem gestão por mais de um ano. Mas não parou por aí: a retirada de informações e mapas de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade da internet, indo de encontro com a transparência dos atos públicos, além da inativação do Fundo Amazônia que reunia mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos internacionais na conservação ambiental liderado pela Alemanha e Noruega.

Reflexos já são sentidos pelo setor madeireiro e mineral, quando tiveram suspensos o Sistema Nacional de Controle de Origem Florestal e a operação de todos os postos de compra de ouro, vinculados a Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, causando prejuízos em pelo menos 26 municípios  de cinco estados.

Recentemente, ex-titulares do Ministério da Fazenda e da Presidência do Banco Central se uniram para uma convergência econômica com foco na defesa do meio ambiente. Neste mesmo período, 38 grandes corporações e quatro entidades de classe empresariais manifestaram abertamente as consequências econômicas negativas da crise ambiental. Outra preocupação partiu de instituições financeiras internacionais que gerenciam mais de U$ 4,5 trilhões de dólares em ativos para investimentos, sobre a percepção negativa do mercado internacional e possíveis perdas de investimentos no país.

A conta fica ainda pior: o Brasil corre o risco de perder mais de R$ 87 bilhões em investimento para desenvolvimentos sustentáveis que podem ser alavancados até 2035 em decorrência do acordo entre Mercosul e União Europeia. Isso porque o governo federal rompeu com as diretrizes ambientais e pactos internacionais sobre meio ambiente, comprometendo as relações comerciais entre os países signatários para o aumento de investimentos sustentáveis.

O acordo entre Mercosul e União Europeia, recém assinado, ainda precisa ser ratificado pelo bloco de países europeus  e cumprir contrapartidas previstas no acordo de Paris, que consigna ao Brasil medidas e resultados para reduzir o desmatamento ilegal a zero até 2035, e restaurar ou reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Ocorre que o desmatamento ilegal, em junho de 2020 na Amazônia Legal, cresceu pelo 14º mês consecutivo. E estamos apenas no 17º mês da atual política ambiental.

O Brasil tem assumida responsabilidade internacional para dar proteção ao meio ambiente, amparada pela Constituição, pela Política Nacional sobre Mudança do Clima, o Código Florestal e a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, bem como as demais legislações relacionadas a preservação da biodiversidade.

A atual contrapartida governamental de criar uma moratória de queimadas por 120 dias, propondo diminuição gradativa, porém sem metas concretas, até 2022, atesta que não há um plano para combater o desmatamento, embora seja considerada “simples” pelo ministro do Meio Ambiente. A fantasiosa narrativa de que há uma conspiração geopolítica contra o desenvolvimento do Brasil é esquizofrenia ideológica que não resolve problemas, nem oferece solução para o desenvolvimento sustentável. E pode ter consequências econômicas negativas para todos nós.

A sociedade está cada vez mais consciente da sua responsabilidade ambiental. O acesso à informação tem exposto cada vez mais os consumidores e as empresas a críticas, emparedando o fator lucro com a sustentabilidade. A conservação ambiental é condicionante universal para manutenção da vida e hoje consumidores consignam suas responsabilidades socioambientais aos produtos que consomem. E, neste caminho de união de interesses, o equilíbrio entre demanda e oferta pode acontecer enquanto preserva-se a vida.

 *Alberto Scaloppe é advogado do escritório Scaloppe Advogados Associados

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Qualidade de vida afeta produtividade no trabalho

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Por Danielle Ruiz

Uma pesquisa recente da Great People e Great Place to Work (GPTW, 2023) apontou que 51,4% dos brasileiros se sentam impactados negativamente pelo trabalho. Saúde mental e física, qualidade do sono e relações familiares foram as áreas citadas como mais prejudicadas. Diante desse contexto, precisamos urgentemente falar sobre a importância da qualidade de vida e produtividade.

Não há dúvida que a empresa ou organização precisa se conscientizar da importância de trabalhar  práticas comportamentais para melhorar o desempenho pessoal,  a qualidade de vida e as habilidades pessoais dos colaboradores, contribuindo assim com a construção do conhecimento incluindo metas, planejamento e autorrealização, o que geralmente é um trabalho de longo prazo.

Para começar, é muito importante entender dois aspectos sobre o comportamento dos seus colaboradores. O primeiro deles consiste nas emoções, que precisam ser equilibradas e gerenciadas, jamais reprimidas; já o segundo ponto compreende inúmeras transformações do colaborador, que em médio e longo prazo precisa receber todo apoio da empresa para alinhar objetivos de vida e profissionais.

Trabalhar esses aspectos básicos exige a geração de novos recursos, de modo a capacitar o colaborador para mudanças de mentalidade que incluam novas perspectivas, ideias, comportamentos, objetivos, confiança, crenças positivas, motivação  enfim , mentalidade de crescimento  que gere melhorias tanto pessoal  quanto profissionalmente.

Embora não seja normal aquela “sensação ruim” aos domingos, antes da volta ao trabalho na segunda-feira, de acordo com a pesquisa da Great People & GPTW, ela é sentida por 55,78% dos entrevistados, com prevalência maior entre os mais jovens: 11,49% dos ‘baby boomers’ a sentem, enquanto 57,39% da ‘geração Z’ têm o sentimento. Sim, gestores, temos que olhar para isso!

Esses números indicam que as pessoas muitas vezes não encontram propósito ou sentido no trabalho que fazem ou até que o pagamento não compense quando outros pilares da qualidade de vida são constantemente afetados, como não ter tempo ou estar muito cansado para fazer exercícios físicos, não conseguir realizar atividades de lazer, hobbies e ter momentos de qualidade com a família.

A pergunta é: como gestores e profissionais de recursos humanos podem criar uma cultura de cuidado em suas organizações?  A primeira recomendação é promover programas internos com incentivos positivos para que o colaborador cuide bem da saúde.

Como as pessoas passam boa parte do dia no trabalho, a empresa tem muitas oportunidades para ajudar nesse aspecto: se beber mais água é bom para a saúde, ela deve ser fácil de acessar. Se exercícios são importantes para nosso vigor físico, por que não implantar um programa que engaja os colaboradores em atividades regularmente?

Esse mesmo raciocínio pode ser usado para evitar que hábitos ruins para a saúde ocorram no ambiente de trabalho. Pode ser uma delícia comer salgadinhos gordurosos, mas pode ser uma boa ideia tornar o acesso a eles mais difícil. Até porque, determinados alimentos (como frituras) podem gerar perdas substanciais em tempo produtivo.

O ideal é que a empresa ajude o funcionário a se concentrar apenas em hábitos que realmente melhoram a vida, o que naturalmente vai gerar benefícios que afetarão positivamente o próprio trabalho, dentre eles, podemos destacar mais energia, sistema imunológico mais forte, bom humor e longevidade.

Por fim, vamos falar em gerenciamento de estresse e da ansiedade (visto que o Brasil está no ranking dos países mais ansiosos do mundo) e que requer uma cultura corporativa saudável, levando em conta os pilares da qualidade de vida, que compreendem qualidade de sono, tempo de descanso, relações familiares, contato com a natureza, alimentação saudável, exercício físico regular, entre outras atividades de autocuidado que influenciarão no bem-estar e na produtividade .

Uma frase do escritor e palestrante norte-americano Robert Karch, reconhecido mundialmente como autoridade na área de promoção de saúde e membro dos conselhos da AAPM (American Association of Preventive Medicine) e da HERO (Health Enhanced Research Organization) diz assim: “Nem todas as empresas precisam investir em qualidade de vida, promoção de saúde ou coisa parecida. Só aquelas que querem ser competitivas no século XXI”.

Danielle Ruiz é palestrante e coaching de alta performance, Master programação neuro linguística, Gestão de Equipes, A ciência do bem-estar pela Universidade de Yale

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