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Coronel Alex Jesus Soares deixa comando em Cáceres para missão internacional
Por João Arruda | Cáceres
O Coronel Alex Jesus Soares, atualmente à frente do comando do Exército Brasileiro na área de fronteira em Cáceres (a 210 km de Cuiabá), está de partida para uma importante missão internacional. Ele deixará seu posto em 1º de dezembro deste ano, após ser designado por seu Escalão Superior para um intercâmbio de dois anos junto ao Exército Sul-Coreano, em Seul, capital da Coreia do Sul, a partir de janeiro próximo.
Durante sua gestão no estratégico 66º Batalhão de Infantaria Motorizada, conhecido na região como 2º Batalhão de Fronteira, o Coronel Alex Jesus implementou inúmeras ações, contando com o apoio de seu comandante imediato, General Luiz Duarte Figueiredo Neto, e de seus subordinados. Na esfera operacional, destacou-se pela atuação conjunta com diversas forças de segurança, como as Polícias Federal, Rodoviária, Civil, Gefron, Militar, a Marinha do Brasil e a Polícia Ambiental, além de outros órgãos responsáveis pela vigilância e segurança pública na vasta região oeste de Mato Grosso.
No âmbito social, o Coronel Soares ampliou significativamente a rede de apoio a entidades afins, reafirmando parcerias com a rede municipal de ensino. Sua atenção especial foi dada às três Escolas Cívico-Militares de Cáceres: Frei Ambrósio, Senador Mário Motta e Ana Maria das Graças Noronha. Além disso, o Batalhão, em parceria com a Fundação Vicente Lenilson, desenvolve atividades semanais em sua área olímpica, com o objetivo de revelar futuros talentos do atletismo brasileiro. Os resultados dessa iniciativa já começam a aparecer, com atletas de Cáceres, em especial da Escola Estadual Cívico-Militar Mário Motta, conquistando diversas medalhas em jogos estaduais e no campeonato nacional recentemente encerrado em Uberlândia, Minas Gerais.
Com uma carreira militar já laureada, o Coronel Alex Jesus levará para o outro lado do mundo suas experiências acumuladas. Entre 2007 e 2009, ele participou da Missão de Paz no Haiti, na América Central, e em 2010, esteve na África do Sul, onde realizou um curso para o Estado-Maior junto às Forças Armadas daquele país. Fluente em inglês, francês e creole (o segundo idioma do Haiti), ele agora parte para Seul com o objetivo de aprofundar ainda mais seus conhecimentos e expandir suas vivências. Natural de Tucuruí, no Pará, o Coronel Alex passou a infância e parte da adolescência em terras pantaneiras, em Araputanga (MT) e Corumbá (MS).
Homenagem da Câmara Municipal de Cáceres
Em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade cacerense, o presidente da Câmara Municipal de Cáceres, Flávio Negação (MDB), e os demais vereadores aprovaram, por unanimidade, a concessão do título de Cidadão Cacerense ao Coronel Alex Jesus Soares.
Durante a concorrida sessão de homenagem, o Coronel Alex Jesus demonstrou, em seu pronunciamento, um vasto conhecimento sobre as origens de Cáceres. Ele rememorou a elevação da localidade à categoria de Vila Maria do Paraguai em 6 de outubro de 1778, destacando seu papel estratégico para a expansão do domínio brasileiro na fronteira oeste, além de sua importância como polo de desenvolvimento econômico e social.
O oficial ressaltou ainda a presença do Exército Brasileiro como fundamental para garantir a soberania do território nacional. Ao final de sua fala, visivelmente emocionado, o Coronel bradou: “Me sinto muito honrado com essa concessão de cidadania, e enfim, por bradar de plenos pulmões, desde agora e para sempre posso dizer com muito respeito e orgulho: sou Bugre pantaneiro!”, ecoando a autodenominação dos cacerenses natos.
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2º Batalhão de Fronteira em Cáceres: guardião histórico da soberania nacional e cenário de desafios
Por João Arruda | Cáceres
No coração do oeste mato-grossense, o 66º Batalhão de Infantaria Motorizada, conhecido historicamente como o 2º Batalhão de Fronteira, se destaca como uma das unidades militares mais operacionais do país. Com quase um século de presença estratégica na fronteira com a Bolívia, o Batalhão, sediado em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), desempenha um papel crucial na segurança e na soberania nacional.
Sob o comando do Coronel Alex Jesus Soares, a unidade conta com um efetivo robusto de cerca de 1.100 militares, entre carreira e variáveis, e mantém pelotões em pontos estratégicos como Corixa, Santa Rita, Fortuna, São Simão, Casalvasco, Palmarito e Convap – este último na divisa com Rondônia e o território boliviano. O trabalho vai além da vigilância, atuando em conjunto com os Órgãos de Segurança Pública (OSP) em operações e no intercâmbio de informações de inteligência.
Diplomacia na Fronteira: Homenagens Recíprocas
Apesar da vigilância constante, a convivência com a vizinha Bolívia é pacífica, marcada por gestos de respeito mútuo. O nome do Batalhão de Cáceres, por exemplo, é uma homenagem ao General Boliviano José Miguel Lanza, líder da Revolução Boliviana pela independência. O Coronel Alex Soares explica que essa demonstração de amizade e consideração foi retribuída: os bolivianos, por sua vez, batizaram o Batalhão em Guaiá-Mirim com o nome de Duque de Caxias.
Incidente de 1993: quando a Paz na Fronteira foi testada
Essa harmonia quase foi abalada em 1993, durante um episódio que marcou a história da unidade. Um grupo militar boliviano, os “Leopardos”, treinados por militares estadunidenses, adentrou o território brasileiro na Fazenda São José do Psoé, localizada no município de Vila Bela da Santíssima Trindade.
As patrulhas rotineiras do 2º Batalhão de Fronteira detectaram a presença estrangeira em solo nacional, comunicando imediatamente aos escalões superiores do Exército Brasileiro, que entrou em prontidão máxima (regime 01), preparado para expulsar os invasores. Após diversas tentativas diplomáticas para que os bolivianos deixassem a área pacificamente sem sucesso, a solução veio da ação militar.
O Batalhão efetuou sobrevoos de helicópteros para confirmar a invasão. Em seguida, o Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), sob o comando do então Capitão Edmundo Palaia Neto, foi deslocado para a região com armamento de guerra. O cerco foi efetuado, e uma última advertência foi emitida: caso não recuassem, o Exército Brasileiro abriria fogo. Diante da determinação, os bolivianos retiraram-se.
Oficiais que participaram da missão, como o Sargento Aurizeth Sebastião de Oliveira – hoje inspetor militar em uma escola cívico-militar de Cáceres – e o Coronel Danilo Pereira de Santana – gestor militar pela Seduc nas escolas Frei Ambrósio e Mário Motta –, recordam o episódio. Ambos enfatizam que o bom senso prevaleceu, especialmente porque o efetivo boliviano contava com adolescentes, incluindo um oficial de apenas 17 anos.
Nova liderança no horizonte
O 2º Batalhão de Fronteira se prepara para uma transição de comando. No próximo dia 1º de dezembro, o General Luiz Duarte Figueiredo Neto presidirá a solenidade em que o Tenente-Coronel Rômulo Attanazio Jacob assumirá o posto, tornando-se o quadragésimo oficial a comandar o histórico quartel de Cáceres.
Despedida do coronel Alex: Um paraense de coração pantaneiro
O Coronel Alex Jesus Soares, nascido em Tucuruí (PA), filho de pai gaúcho e mãe curitibana, teve uma infância marcada por terras pantaneiras, residindo em Araputanga (MT) e Corumbá (MS) quando seu pai prestava serviços à Manati Mineradora, ligada à Glopar de Roberto Marinho e à então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
Ao ingressar no Exército, seguiu sua carreira e agora se despede de Cáceres com um sentimento de dever cumprido e gratidão. “Foi uma honra ter servido em Cáceres, nesta área estratégica para o país, terra de um povo muito acolhedor. A cidade é muito agradável, recheada de histórias, é um verdadeiro livro de história a céu aberto. Levarei boas recordações deste povo brasileiro da fronteira”, finalizou o Coronel Alex, que agora parte para novas missões.
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