BRASIL E MUNDO
Brasil e União Europeia em negociações tensas sobre desmatamento e futuro das exportações agrícolas

O agronegócio brasileiro está em alerta com a aproximação da data limite para a implementação da Lei de Produtos Livres de Desmatamento (EUDR) da União Europeia (UE). A nova legislação, que entrará em vigor em 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e 30 de junho de 2026 para micro e pequenas empresas, exige rastreabilidade completa dos produtos agrícolas importados, garantindo que não provenham de áreas desmatadas após 2020. A classificação do Brasil como um país de “alto risco” de desmatamento, uma possibilidade real nas negociações em curso, pode significar um duro golpe para as exportações nacionais de produtos como soja, carne bovina e café.
O desafio da rastreabilidade e a classificação de risco
A EUDR estabelece quatro níveis de risco de desmatamento para os países exportadores: nulo, baixo, médio e alto. A classificação determinará a intensidade das exigências para a entrada de produtos no mercado europeu. Enquanto uma classificação de “baixo risco” é improvável para o Brasil, o governo e o setor agrícola trabalham para evitar a classificação de “alto risco”, buscando uma posição intermediária que mantenha as exportações viáveis.
A principal dificuldade reside na divergência entre as legislações brasileira e europeia. O Brasil permite o desmatamento legal em certas circunstâncias, desde que as propriedades rurais cumpram requisitos de preservação, como a manutenção de Reservas Legais. Na Amazônia, por exemplo, a lei exige a preservação de 80% da vegetação nativa. A UE, por outro lado, defende a meta de “desmatamento zero”, criando um impasse nas negociações.
Desmatamento legal e a busca por um equilíbrio
O agronegócio brasileiro argumenta que a abordagem europeia ignora as particularidades da legislação nacional, que busca equilibrar a produção agrícola com a preservação ambiental. A exigência de rastreabilidade até a origem, embora compreensível, apresenta desafios logísticos e burocráticos consideráveis. A preocupação é que a complexidade do processo possa onerar as exportações brasileiras, tornando-as menos competitivas no mercado internacional.
Outro ponto de preocupação é a nova categoria de “risco nulo” introduzida pela EUDR. O setor agrícola brasileiro teme que essa classificação beneficie países que já concluíram seu ciclo de expansão agrícola, colocando em desvantagem nações em desenvolvimento como o Brasil, que ainda buscam aprimorar suas práticas de produção sustentável.
Negociações em andamento e a definição do futuro das exportações
As próximas rodadas de negociações entre Brasil e UE, previstas para março e abril de 2025, serão cruciais para definir o futuro das exportações agrícolas brasileiras. A Comissão Europeia deverá detalhar os critérios de rastreabilidade e as exigências específicas para cada país. O Brasil espera que as negociações resultem em uma classificação justa, que reconheça os esforços do país em conciliar produção agrícola e preservação ambiental, sem impor barreiras intransponíveis para as exportações.
O desmatamento legal será, sem dúvida, o ponto central das discussões. A capacidade do Brasil em demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade e em ajustar suas práticas às exigências europeias será determinante para o sucesso das negociações. O resultado dessas discussões terá um impacto significativo no agronegócio brasileiro e na economia do país nos próximos anos. Acompanharemos atentamente os desdobramentos desse importante debate.

BRASIL E MUNDO
Macedônia do Norte declara luto após incêndio em boate deixar 59 mortos

A Macedônia do Norte está em luto nesta segunda-feira (17), após um incêndio devastador que matou 59 pessoas em uma boate na cidade de Kocani. O incêndio, que ocorreu na madrugada de domingo (16), durante um show de um grupo de hip-hop popular no país, chocou a nação e levantou questões sobre segurança e corrupção.
Centenas de estudantes participaram de homenagens às vítimas, enquanto as autoridades anunciaram prisões e prometeram uma investigação rigorosa. Há suspeitas de que a boate operava com uma licença falsificada, evidenciando um sistema corrupto no país.
De acordo com as primeiras informações da investigação, artefatos pirotécnicos incendiaram o teto da boate Pulse. As faíscas atingiram o revestimento, feito de material altamente inflamável, e o fogo se espalhou rapidamente por toda a boate. Uma fumaça espessa se formou, dificultando a saída dos clientes.
O proprietário estava operando com uma licença falsificada que ele apresentou “durante uma inspeção das autoridades competentes em 13 de março de 2024”, informou o ministro do Interior, Pance Toskovski. “O documento foi emitido pelo Ministério da Economia, mas a discoteca não tinha uma licença registrada válida”, explicou.
“O sistema na Macedônia é corrupto a tal nível que podemos dizer que estamos em uma situação catastrófica”, acrescentou Toskovski. “Haverá prisões em várias instituições”, prometeu, citando uma apuração rigorosa, em especial, nos ministérios do Interior e da Economia. Ele ainda pediu a erradicação da corrupção no país.
Nesta segunda-feira, centenas de estudantes se reuniram sob chuva torrencial na Universidade de Skopje para depositar flores ou acender velas, antes de pedir sete minutos de silêncio. As autoridades declararam luto nacional de sete dias no domingo (16).
“Não acho que tenha sido um acidente, mas um assassinato resultante de todas essas irregularidades”, lamentou Angela Zumbakova, estudante de Psicologia. “Não podemos ficar em silêncio,” completou.
No início da tarde, em Kocani, dezenas de pessoas faziam fila para assinar um livro de condolências. Um grupo de manifestantes foi até o escritório do dono da boate e atirou pedras, antes de seguir em direção à casa do prefeito desta cidade de cerca de 30 mil habitantes, Ljupco Papazov, que anunciou sua renúncia, esta manhã.
“Nestes tempos difíceis para o nosso país e para mim, apresento minha renúncia irrevogável”, escreveu ele no Facebook. “Nenhuma palavra pode descrever a dor que todos nós sentimos. Essas crianças eram nossas crianças. Eu conhecia a maioria delas, eu conhecia suas famílias”, lamentou o prefeito. Mesmo assegurando que não tinha responsabilidade direta, Papazov disse estar “pronto para responder a todas as perguntas”.
A lista de falhas de segurança na discoteca incendiada é longa, de acordo com denúncia do Ministério Público: extintores de incêndio insuficientes, ausência de duas saídas regulamentares de emergência e detectores de fumaça, descumprimento das normas para veículos de emergência no exterior e de licença para uso de dispositivos pirotécnicos.
Na noite de sábado, devido à presença do grupo musical DNK, aproximadamente 250 ingressos haviam sido vendidos. Porém, cerca de 500 pessoas estavam na boate, de acordo com a contagem do Ministério do Interior. Um dos cantores morreu no incêndio e outro ficou ferido. Várias vítimas morreram ou ficaram feridas na confusão que ocorreu no momento do incêndio.
Das 162 pessoas feridas, 45 estão em estado grave. A maioria foi transferida para tratamento no exterior, principalmente na Bulgária, Sérvia, Grécia e Turquia.
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