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BRASIL E MUNDO

Belém lança marcos históricos para ação climática e justiça social na América Latina

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Em um movimento decisivo rumo a uma abordagem mais equitativa da crise climática, 43 países e a União Europeia aprovaram nesta sexta-feira (7) a “Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas”. O documento, fruto da Cúpula do Clima realizada na capital paraense, posiciona as populações mais vulneráveis no cerne das políticas globais de combate às mudanças climáticas, antecipando os debates que ocorrerão na COP30, agendada para novembro de 2025 também em Belém.

A Declaração representa um apelo contundente para redefinir as estratégias internacionais, reconhecendo que, embora as mudanças climáticas sejam um desafio universal, seus impactos recaem de maneira desproporcional sobre os mais desfavorecidos. “Quase metade da população mundial não tem acesso à proteção social, e muitos dos excluídos estão justamente entre os mais expostos aos impactos das mudanças climáticas”, destaca um trecho do texto, evidenciando a fragilidade dos sistemas sociais em comunidades já atingidas pela pobreza, fome e alta vulnerabilidade climática.

O documento vai além do reconhecimento e propõe ações concretas, defendendo que o financiamento climático seja direcionado para apoiar meios de subsistência sustentáveis. O objetivo é fortalecer agricultores familiares, comunidades tradicionais e povos da floresta, assegurando que a ação climática não apenas preserve o meio ambiente, mas também gere empregos dignos e oportunidades econômicas para aqueles que vivem na linha de frente da crise. Entre os notáveis signatários estão Brasil, Chile, China, Alemanha, Indonésia, México, Noruega, Reino Unido, Zimbábue, França, Dinamarca, Cuba, Malásia, República do Congo, Ruanda e Espanha, além da União Europeia, sublinhando um consenso global crescente.

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Racismo Ambiental e Novas Frentes de Diálogo

Além da declaração principal, a Cúpula do Clima em Belém marcou a aprovação de outro documento de suma importância: a “Declaração de Belém sobre o Combate ao Racismo Ambiental”. Este texto pioneiro busca fomentar um diálogo internacional aprofundado sobre a intersecção entre igualdade racial, meio ambiente e clima, reconhecendo que a crise ecológica global é indissociável de uma crise de justiça racial. A declaração propõe a construção de uma agenda cooperativa que defenda maior equidade e solidariedade entre as nações, visando superar desigualdades históricas que limitam o acesso a recursos, oportunidades e benefícios ambientais. O documento já conta com o endosso de países da América Latina, África, Ásia e Oceania, e permanecerá aberto a novas adesões durante a COP30.

Compromissos com Mercados de Carbono e Combustíveis Sustentáveis

A Cúpula de Belém também avançou em outras frentes estratégicas. Foi aprovada a “Declaração sobre a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono”, que sinaliza um esforço para harmonizar e fortalecer os mecanismos de precificação de carbono. Complementarmente, o “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis” foi estabelecido, com a ambiciosa meta de quadruplicar a produção e o uso desses combustíveis até 2035.

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As aprovações na Cúpula do Clima em Belém estabelecem uma base sólida para os debates da futura COP30, com um claro direcionamento para soluções climáticas que integrem justiça social, racial e econômica. A capital paraense, assim, consolida sua posição como um epicentro de discussões cruciais para o futuro ambiental e social do planeta.

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BRASIL E MUNDO

Tensão geopolítica aumenta: Porta-aviões dos EUA chega à América do Sul enquanto Venezuela mobiliza tropas

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A presença militar dos Estados Unidos na América do Sul e no Caribe intensificou-se com a chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford, anunciada nesta terça-feira (11) pelo Pentágono. A manobra visa reforçar as operações de combate ao narcotráfico na região, conforme declarado pelo Comando Sul (Southcom). Em resposta imediata, a Venezuela, em meio a uma crise diplomática com Washington desde agosto, anunciou um “desdobramento maciço” de suas forças armadas em todo o território nacional, classificando a ação estadunidense como “imperialismo”.

O Comando Sul dos EUA justificou o envio do porta-aviões como um apoio à diretriz presidencial de “desmantelar organizações criminosas transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da pátria”. Desde agosto, os EUA mantêm uma significativa presença naval no Caribe, que já contabilizou vinte ataques aéreos contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, resultando na morte de pelo menos 76 pessoas.

Venezuela acusa e se prepara para a defesa

O governo venezuelano, por sua vez, interpreta a operação norte-americana como um pretexto para desestabilizar o regime de Nicolás Maduro e controlar as vastas reservas de petróleo do país. Maduro, que tem insistido no diálogo, reafirma a prontidão de seu país para se defender, frequentemente exibindo atividades militares internas.

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Em declaração emitida nesta terça-feira, o ministro da Defesa e chefe do Estado-Maior venezuelano, Vladimir Padrino López, detalhou um “desdobramento maciço de recursos terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis, sistemas de armas, unidades militares e a Milícia Bolivariana”, esta última composta por civis e ex-militares. A televisão estatal VTV transmitiu discursos de oficiais de alto escalão e imagens de exercícios militares em diversas regiões do país, embora tais demonstrações midiáticas nem sempre se traduzam em operações concretas.

Na segunda-feira (10), o presidente Maduro já havia declarado que a Venezuela possui “força e poder” para responder aos Estados Unidos. “Se o imperialismo atacar e causar danos, será decretada a ordem de operações, mobilização e combate de todo o povo venezuelano”, advertiu o chefe de Estado.

Contradições na política externa dos EUA e reação Russa

A postura do presidente dos EUA, Donald Trump, tem sido ambivalente, com indicações contraditórias que vão desde a menção a ataques em solo venezuelano até o descarte da ideia de guerra, mesmo após autorizar operações clandestinas da CIA na Venezuela.

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No cenário internacional, a Rússia, aliada de Caracas, reagiu duramente à escalada. O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, classificou os ataques aéreos dos EUA no Mar do Caribe como “inaceitáveis”. Segundo Lavrov, tais ações são típicas de “países que não respeitam a lei e que se consideram acima dela”, destacando que foram realizadas “sem julgamento ou investigação”.

A aproximação entre Moscou e Caracas foi reforçada em maio, com a assinatura de um tratado de cooperação entre Maduro e Vladimir Putin. As relações entre Rússia e Estados Unidos, contudo, têm esfriado consideravelmente, especialmente após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, e a frustração expressa por Trump quanto à falta de progresso na resolução do conflito.

*Com AFP

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