Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

caceres

A Saga das aves migratórias: do inverno Americano ao paraíso Pantaneiro 

Publicados

em

Talha Mar | Foto: Marcos Bergamasco

Por João Arruda | Cáceres

Duas espécies de aves migratórias, Trinta Réis e Talha Mar, viajam milhares de quilômetros do Hemisfério Norte ao Pantanal de Mato Grosso em busca de reprodução e refúgio climático.

Todos os anos, com a chegada do inverno rigoroso no Hemisfério Norte, diversas aves migratórias alçam voo em busca de climas mais amenos e locais propícios para a reprodução. Dentre os destinos escolhidos, o Brasil se destaca, e duas espécies em particular chamam a atenção: o Trinta Réis (Phaetusa simplex) e o Talha Mar (Rynchops niger).

Foto: Valdeci Queiroz

Essas aves percorrem impressionantes 6.500 quilômetros desde Suffolk, Nova York (EUA), até o Pantanal Mato-Grossense, em Cáceres ( a 210 km de Cuiabá). Durante o período de vazante, quando as águas recuam, as aves iniciam a postura de seus ovos nas praias de água doce, formando bandos com centenas de indivíduos da mesma espécie.

A reportagem do Portal Mato Grosso acompanhou de perto a rotina dessas aves, testemunhando seus voos acrobáticos e grasnidos constantes. Na Praia do Iate, um dos locais de reprodução do Talha Mar, a construção de quadras de esportes do “Arena Beach” invadiu o espaço natural das aves, impactando seu ciclo reprodutivo.

Foto: Valdeci Queiroz

Em contrapartida, os Trinta Réis encontraram refúgio nas instalações da extinta sede estatal Portobras, onde se alinham como em uma formação militar. O cinegrafista Waldeci Queiroz registrou imagens das aves em um dos piers de sustentação, um local inusitado que serve de abrigo para a espécie.

Leia mais:  Coronel Alex Jesus Soares deixa comando em Cáceres para missão internacional 

Navegação aérea e mistérios desvendados

As gaivotas, originárias dos Estados Unidos, desaparecem no final do outono, impulsionadas por um instinto natural de sobrevivência. Percorrendo até 1.500 quilômetros por dia, as aves utilizam o campo magnético da Terra para se orientarem durante o dia e as constelações para navegação noturna.

O “sumiço” dessas aves no outono intrigou pensadores por séculos. Enquanto Sócrates acreditava que hibernavam, Charles Morton, de Harvard, defendia a teoria de que se escondiam na Lua. O enigma foi desvendado em 1822, quando uma gaivota atingida por uma flecha na África Central chegou ao norte da Alemanha, comprovando a migração transcontinental.

Helen Hays e a luta pela preservação

A bióloga Helen Hays, do American Museum of Natural History, dedicou sua vida ao monitoramento das aves Trinta Réis e Talha Mar. Ao observar o retorno de aves mutiladas, Helen rastreou a rota migratória até Aracati, no Ceará. Lá, descobriu que pescadores utilizavam anilhas das aves como adornos, mutilando-as.

Em parceria com os biólogos cearenses Fábio Nunes, Alberto Campos e Vinicius Geauça, da ONG Aquassis, Helen iniciou um trabalho de conscientização e proteção das aves. Graças ao esforço conjunto, as aves migratórias não são mais vítimas de maus tratos e são vistas como indicadoras de cardumes pelos pescadores.

Leia mais:  2º Batalhão de Fronteira em Cáceres: guardião histórico da soberania nacional e cenário de desafios

Legado e homenagem

Em Cáceres, o guia turístico Antônio Pouso Costaldi compartilha a história das aves migratórias com os visitantes.

A ex-prefeita Ana Maria da Costa Faria, a Nana, homenageou o Talha Mar ao nomear uma importante via pública da cidade em sua homenagem.

As aves Trinta Réis e Talha Mar representam a beleza e a importância da migração, um fenômeno natural que conecta diferentes ecossistemas e culturas. A luta pela preservação dessas espécies é um exemplo de como a ciência e a colaboração podem garantir a proteção da biodiversidade e o equilíbrio do meio ambiente.

João Arruda é jornalista em Cáceres | Mato Grosso

Comentários Facebook
Propaganda

caceres

Coronel Alex Jesus Soares deixa comando em Cáceres para missão internacional 

Publicados

em

Por João Arruda | Cáceres

O Coronel Alex Jesus Soares, atualmente à frente do comando do Exército Brasileiro na área de fronteira em Cáceres (a 210 km de Cuiabá), está de partida para uma importante missão internacional. Ele deixará seu posto em 1º de dezembro deste ano, após ser designado por seu Escalão Superior para um intercâmbio de dois anos junto ao Exército Sul-Coreano, em Seul, capital da Coreia do Sul, a partir de janeiro próximo.

Durante sua gestão no estratégico 66º Batalhão de Infantaria Motorizada, conhecido na região como 2º Batalhão de Fronteira, o Coronel Alex Jesus implementou inúmeras ações, contando com o apoio de seu comandante imediato, General Luiz Duarte Figueiredo Neto, e de seus subordinados. Na esfera operacional, destacou-se pela atuação conjunta com diversas forças de segurança, como as Polícias Federal, Rodoviária, Civil, Gefron, Militar, a Marinha do Brasil e a Polícia Ambiental, além de outros órgãos responsáveis pela vigilância e segurança pública na vasta região oeste de Mato Grosso.

No âmbito social, o Coronel Soares ampliou significativamente a rede de apoio a entidades afins, reafirmando parcerias com a rede municipal de ensino. Sua atenção especial foi dada às três Escolas Cívico-Militares de Cáceres: Frei Ambrósio, Senador Mário Motta e Ana Maria das Graças Noronha. Além disso, o Batalhão, em parceria com a Fundação Vicente Lenilson, desenvolve atividades semanais em sua área olímpica, com o objetivo de revelar futuros talentos do atletismo brasileiro. Os resultados dessa iniciativa já começam a aparecer, com atletas de Cáceres, em especial da Escola Estadual Cívico-Militar Mário Motta, conquistando diversas medalhas em jogos estaduais e no campeonato nacional recentemente encerrado em Uberlândia, Minas Gerais.

Leia mais:  2º Batalhão de Fronteira em Cáceres: guardião histórico da soberania nacional e cenário de desafios

Com uma carreira militar já laureada, o Coronel Alex Jesus levará para o outro lado do mundo suas experiências acumuladas. Entre 2007 e 2009, ele participou da Missão de Paz no Haiti, na América Central, e em 2010, esteve na África do Sul, onde realizou um curso para o Estado-Maior junto às Forças Armadas daquele país. Fluente em inglês, francês e creole (o segundo idioma do Haiti), ele agora parte para Seul com o objetivo de aprofundar ainda mais seus conhecimentos e expandir suas vivências. Natural de Tucuruí, no Pará, o Coronel Alex passou a infância e parte da adolescência em terras pantaneiras, em Araputanga (MT) e Corumbá (MS).

Homenagem da Câmara Municipal de Cáceres

Em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade cacerense, o presidente da Câmara Municipal de Cáceres, Flávio Negação (MDB), e os demais vereadores aprovaram, por unanimidade, a concessão do título de Cidadão Cacerense ao Coronel Alex Jesus Soares.

Durante a concorrida sessão de homenagem, o Coronel Alex Jesus demonstrou, em seu pronunciamento, um vasto conhecimento sobre as origens de Cáceres. Ele rememorou a elevação da localidade à categoria de Vila Maria do Paraguai em 6 de outubro de 1778, destacando seu papel estratégico para a expansão do domínio brasileiro na fronteira oeste, além de sua importância como polo de desenvolvimento econômico e social.

Leia mais:  Coronel Alex Jesus Soares deixa comando em Cáceres para missão internacional 

O oficial ressaltou ainda a presença do Exército Brasileiro como fundamental para garantir a soberania do território nacional. Ao final de sua fala, visivelmente emocionado, o Coronel bradou: “Me sinto muito honrado com essa concessão de cidadania, e enfim, por bradar de plenos pulmões, desde agora e para sempre posso dizer com muito respeito e orgulho: sou Bugre pantaneiro!”, ecoando a autodenominação dos cacerenses natos.

Comentários Facebook
Continue lendo

Polícia

MATO GROSSO

Política Nacional

AGRO & NEGÓCIOS

ESPORTES

VARIEDADES

CIDADES

Mais Lidas da Semana