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A beira de si mesmo!

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Por Kamila Garcia

Há momentos na vida em que nos percebemos diante de limites internos — pequenas fronteiras emocionais, dúvidas e impasses que, embora invisíveis, são capazes de nos paralisar. Não se trata de um precipício físico, mas de um espaço íntimo onde decisões importantes se formam. Muitas vezes, permanecemos ali, observando possibilidades, avaliando riscos, tentando compreender o próximo passo.

A rotina, por vezes, nos faz esquecer que tudo é provisório. Não sabemos como um dia termina, nem quando mudanças definitivas acontecem. A existência se equilibra entre planos e imprevistos. Diante disso, a única realidade verdadeiramente disponível é o presente — o instante em que escolhemos, agimos e sustentamos nossos próprios movimentos.

Nessa travessia, a mente desempenha papel decisivo. Ela pode ser ferramenta de clareza ou fonte de inquietação. Quando se volta contra nós, amplia dúvidas, intensifica os medos e transforma pequenos desafios em grandes obstáculos. É nesse ponto que muitos de nós permanecemos imóveis: à beira do próprio pensamento, receosos de cenários que nem chegaram a existir.

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Ainda assim, pensar é necessário. É o que nos permite interpretar experiências, organizar sentimentos e construir significados. Revisitar nossas incertezas não deve ser um convite à queda, mas uma oportunidade para compreender o terreno interno que pisamos. Conhecer o precipício é o primeiro passo para atravessá-lo.

Cada pessoa carrega seus próprios pontos de fragilidade: dores guardadas, arrependimentos silenciosos, medos que raramente são compartilhados. Reconhecê-los não nos enfraquece. Ao contrário, permite distinguir o que precisa ser ressignificado do que já pode ser deixado para trás.

As decisões diárias — desde palavras escolhidas até caminhos de vida — são os movimentos que nos aproximam ou nos afastam de nós mesmos. Não se trata de saltar no desconhecido, mas de construir percursos seguros, ainda que graduais. Resiliência, aqui, não é resistência rígida, mas capacidade de adaptar-se, reorganizar-se e seguir.

Somos, em alguma medida, arquitetos de nossas próprias pontes internas. Ao compreender nossos medos, transformamos o precipício que antes nos ameaçava em parte da paisagem da vida. Ele permanece lá, como memória e aprendizado, mas já não nos domina.

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No fim, a travessia é contínua. Seguimos caminhando, reconhecendo limites, ampliando horizontes e consolidando terreno. E é assim que, aos poucos, aprendemos que é possível avançar — sem cair.

Kamila Garcia é bacharel em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com pós-graduação em Psicanálise. Atualmente é estudante de Psicologia.

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Descontos indevidos em benefícios previdenciários: o que fazer e como se proteger

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Por Elziany Pinto

Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais comum o relato de aposentados e pensionistas que, ao consultar o extrato de pagamento do INSS, percebem descontos indevidos em seus benefícios. Em muitos casos, os valores se referem a empréstimos consignados, mensalidades associativas ou seguros não contratados, surpreendendo o segurado — e comprometendo uma renda que, muitas vezes, é a única fonte de sustento da família.

Como identificar um desconto indevido

O primeiro passo é acompanhar mensalmente o extrato de pagamento do benefício, disponível no site ou aplicativo Meu INSS, na opção “Extrato de Pagamento”.

Caso apareçam siglas desconhecidas, como associações, sindicatos, cooperativas ou bancos, é importante verificar se o desconto realmente corresponde a um serviço ou contrato que o segurado reconhece ter feito.

Entre os casos mais comuns estão:

  • Empréstimos consignados fraudulentos (contratados sem autorização);
  • Contribuições associativas ou sindicais sem filiação;
  • Seguros e clubes de benefícios não solicitados;
  • Taxas administrativas não previstas em contrato.

O que diz a lei

A legislação previdenciária é clara: nenhum desconto pode ser feito sem autorização expressa do beneficiário.

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O artigo 115 da Lei nº 8.213/91 estabelece que apenas determinados descontos podem incidir sobre o benefício, como contribuição à Previdência, pensão alimentícia ou empréstimos consignados formalmente autorizados pelo titular.

Além disso, o Código de Defesa do Consumidor protege o segurado contra cobranças indevidas, permitindo a restituição em dobro dos valores descontados, conforme o artigo 42, parágrafo único.

O que fazer ao identificar um desconto irregular

  1. Registrar uma reclamação no INSS, solicitando o bloqueio de novos descontos e o reembolso dos valores já retirados.
  2. Entrar em contato com a instituição responsável pelo débito para solicitar cópia do suposto contrato.
  3. Caso o problema não seja resolvido administrativamente, procurar um advogado especializado em Direito Previdenciário para ajuizar uma ação de restituição de valores e indenização por danos morais.

Em situações de fraude, o segurado pode ainda registrar boletim de ocorrência e comunicar o caso ao Banco Central, por meio do portal Registrato, que permite verificar empréstimos e consignações ativas.

Como se prevenir

A prevenção ainda é a melhor forma de proteção. Algumas medidas simples podem evitar grandes prejuízos:

  • Não fornecer dados pessoais por telefone ou mensagem;
  • Evitar intermediários que prometem “vantagens” ou “aumento de benefício”;
  • Bloquear o benefício para empréstimos consignados — opção disponível no Meu INSS;
  • Consultar periodicamente o extrato bancário e o histórico de consignações.
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Os descontos indevidos em benefícios previdenciários são, infelizmente, uma realidade frequente — mas a informação é a principal arma do segurado.

Ficar atento, conhecer seus direitos e buscar orientação jurídica qualificada faz toda a diferença para garantir que o benefício previdenciário cumpra seu papel: assegurar dignidade e tranquilidade a quem dedicou anos de trabalho ao país.

Elziany Aparecida Pinto é advogada em Cuiabá/MT.

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