AGRO & NEGÓCIO
Na reta final, agronegócio abre cinco frentes de debates essenciais sobre agropecuária e clima
COP 30 amplia debate sobre agro e clima, e setor espera avanços em cinco frentes
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que termina nesta sexta-feira, em Belém, trouxe a agropecuária para o centro das discussões. Embora o tema historicamente receba pouco espaço nas negociações internacionais — onde costuma aparecer sob o termo “sistemas agroalimentares” — a relevância do setor para a economia brasileira fez com que o país atuasse para ampliar a visibilidade dessa pauta.
Representantes do agronegócio acompanharam de perto as reuniões ao longo da semana. A avaliação predominante é que a COP pode entregar avanços em cinco áreas consideradas essenciais para o campo: reconhecimento da agricultura tropical, acesso a financiamento, fortalecimento da chamada Agenda de Ação, revisão de medidas unilaterais adotadas por outros países e definição de indicadores globais de adaptação aliados à regulamentação do mercado de carbono.
Agricultura tropical no foco
O reconhecimento da agricultura tropical como solução climática é visto pelo setor como o principal objetivo brasileiro nesta conferência. A expectativa é mostrar que o modelo de produção desenvolvido nos países de clima quente — baseado em práticas como plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e recuperação de pastagens — contribui para reduzir emissões, preservar vegetação nativa e ampliar a segurança alimentar.
A avaliação é que, se houver consenso entre os países, o Brasil poderá consolidar sua posição como referência global em produção sustentável, abrindo espaço para cooperação científica e ampliação de mercados.
Financiamento climático é ponto sensível
Outro tema acompanhado de perto é o financiamento para países em desenvolvimento. A conferência anterior, realizada no Azerbaijão, não avançou na definição do mecanismo financeiro que sustentará a transição climática a partir de 2035. O valor de referência — 1,3 trilhão de dólares ao ano — ainda não tem fonte definida.
Para o agronegócio, o acesso a recursos internacionais é visto como condição para ampliar tecnologias de baixo carbono, garantir rastreabilidade e reduzir a vulnerabilidade dos produtores diante de eventos climáticos. O entendimento no setor é que o Brasil deve manter a cobrança para que países ricos cumpram compromissos assumidos no Acordo de Paris.
Agenda de Ação coloca o agro no centro
A Agenda de Ação apresentada pelo Brasil nesta COP reúne projetos voltados a transformar compromissos climáticos em iniciativas concretas. No campo, o destaque é o programa direcionado à recuperação de áreas degradadas e ao uso eficiente do solo. A proposta se apoia na experiência brasileira com políticas de agricultura de baixo carbono e busca ganhar escala internacional.
Especialistas concordam que recuperar pastagens é apenas parte da solução. Tecnologias já consolidadas — como sistemas integrados, plantio direto e fixação biológica de nitrogênio — devem fazer parte do conjunto de ações.
Medidas unilaterais preocupam o setor
Países e blocos têm criado regras próprias para controlar o risco de desmatamento nas cadeias produtivas. A lei europeia que restringe importações de produtos associados à derrubada de florestas é o exemplo mais citado.
O agronegócio brasileiro considera essas medidas barreiras comerciais disfarçadas de exigências ambientais. A avaliação é que regras negociadas coletivamente têm mais chances de refletir realidades distintas e evitar distorções.
Indicadores de adaptação e mercado de carbono
A definição dos indicadores globais de adaptação — que medem o avanço das políticas de resistência aos efeitos do clima — segue sem consenso. Para o campo, criar parâmetros claros pode ajudar a dar visibilidade às práticas já adotadas pelos produtores brasileiros, que há décadas lidam com variações de temperatura, estiagens e excesso de chuva.
O debate sobre mercado de carbono também ganha importância. Programas de produção de baixo carbono podem gerar créditos, desde que exista regulamentação e reconhecimento internacional. O setor vê no mercado regulado uma oportunidade de novas fontes de renda e de ampliação das práticas sustentáveis.
Fonte: Pensar Agro
AGRO & NEGÓCIO
Porto Nacional vai abrir a colheita da soja, consolidando o Tocantins como força do agro
Porto Nacional ( cerca de 59 km da capital, Palmas) foi escolhido para receber a Abertura Nacional da Colheita da Soja de 2026 principalmente pelo papel de destaque que o Tocantins vem conquistando no cenário brasileiro de produção de grãos. O evento, promovido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) Brasil e Aprosoja Tocantins, será realizado no dia 30 de janeiro na Fazenda Alto da Serra, reunindo produtores, técnicos e representantes do setor em um momento simbólico para o agro nacional.
A escolha do Tocantins como sede reflete os números sólidos do estado: a safra 2024/25 deve registrar um recorde de 5,12 milhões de toneladas de soja, crescimento de 11,9% em relação ao ciclo anterior. Somando soja e milho, Tocantins projeta uma produção total de grãos próxima de 8,5 milhões de toneladas, alta de 10,7% segundo a Secretaria Estadual de Agricultura. A área plantada de soja no estado já supera 1,48 milhão de hectares e a produtividade média chega a 65 sacas por hectare em áreas consolidadas.
Esses avanços não se limitam ao campo: melhorias logísticas, como novas estradas e estruturas de armazenagem, além de condições climáticas favoráveis, consolidam Tocantins como nova fronteira agrícola e atraem investimentos, ampliando o protagonismo do estado na expansão agroindustrial do país.
A cerimônia destaca o tema “Onde a soja cresce, a transformação acontece”, reforçando o impacto econômico, social e tecnológico do agro tocantinense.
Fonte: Pensar Agro
-
TRIBUNAL DE JUSTIÇA MT5 dias atrásAquisição de terras rurais por estrangeiros e regulação da cannabis medicinal são estudados no Gemam
-
POLÍTICA MT5 dias atrásMoretto apresenta pacote de leis em defesa do consumidor e do produtor rural
-
POLÍTICA MT5 dias atrásReajuste aos servidores do TJ fortalece mobilização dos demais poderes, diz Lúdio
-
POLÍTICA NACIONAL5 dias atrásLei destina R$ 30 bilhões para projetos de defesa nacional
-
POLÍTICA MT5 dias atrásHistória, memória e reparação: nos 190 anos, a ALMT se consolida como espaço de busca por igualdade racial
-
POLÍTICA NACIONAL5 dias atrásDebate aponta falhas no crédito para produtores rurais afetados pelo clima
-
artigos5 dias atrásA Igreja, a crise climática e as COPs
-
Educação4 dias atrásMaysa Leão alerta: indefinição sobre PAPEs na Seduc ameaça educação inclusiva em Mato Grosso





