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AGRO & NEGÓCIO

Produtores de mais 56 municípios gaúchos poderão renegociar dívidas

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Produtores rurais de mais 56 municípios do Rio Grande do Sul passarão a ter direito à renegociação de dívidas agrícolas por meio da linha pública de crédito de R$ 12 bilhões criada pelo governo federal.

A decisão foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em reunião extraordinária nesta quinta-feira (09.10), que alterou parte das regras da resolução original (5.247/2025) para permitir a inclusão de municípios gaúchos mais afetados por perdas climáticas nos últimos anos.

A nova resolução (5.257/2025) criou uma exceção específica para o Estado, reconhecendo que muitos municípios não conseguiam se enquadrar nos critérios anteriores porque tiveram quebra de safra repetida entre 2020 e 2024. Com isso, ficou impossível calcular a perda média exigida pela regra nacional — já que praticamente não houve uma safra considerada “normal” no período.

Pelas novas condições, passam a ser elegíveis os municípios que tiveram pelo menos três decretos de calamidade pública ou situação de emergência no intervalo de 2020 a 2024, desde que reconhecidos oficialmente pelo governo federal. Nessas localidades, os produtores poderão renegociar financiamentos rurais e prorrogar dívidas mesmo sem comprovar os índices de perda de produção exigidos para o restante do país.

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Para os demais estados, continuam válidos os critérios anteriores: publicação de ao menos dois decretos de emergência, perdas de 20% em duas das três principais culturas locais (segundo o IBGE) e queda de renda acima de 30% em duas safras consecutivas.

Na prática, a mudança amplia o alcance do crédito emergencial no Rio Grande do Sul, que agora passa a contemplar 459 dos 497 municípios do estado. O objetivo é restabelecer a capacidade de pagamento dos produtores atingidos por estiagens, enchentes e eventos climáticos extremos que se repetiram desde 2020.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o volume total de recursos permanece o mesmo (R$ 12 bilhões) e os financiamentos continuarão sendo oferecidos pelas instituições financeiras credenciadas, com juros entre 6% e 10% ao ano, limites de crédito mantidos e prazos de reembolso flexíveis. O Ministério da Agricultura deve publicar nos próximos dias a lista atualizada dos municípios contemplados.

Para o produtor, a medida representa a possibilidade de negociar o pagamento de financiamentos vencidos ou prestes a vencer, com condições mais favoráveis e prazos estendidos. O crédito pode ser contratado diretamente nas agências dos bancos que operam a linha, como Banco do Brasil, Sicredi e Banrisul, a partir de 15 de outubro.

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Na avaliação de analistas do setor, a ampliação chega em momento crucial. Após cinco anos de perdas consecutivas, muitos produtores gaúchos estavam impedidos de acessar novas linhas de crédito por inadimplência ou endividamento elevado.

A flexibilização das regras, portanto, dá fôlego financeiro imediato e ajuda a evitar o colapso de cadeias produtivas locais, especialmente nas culturas de soja, milho e pecuária leiteira, fortemente afetadas pela sequência de eventos climáticos.

Com o ajuste aprovado pelo CMN, a expectativa é de que os bancos iniciem os atendimentos já na próxima semana, permitindo que o produtor renegocie seus débitos e planeje a próxima safra com um pouco mais de previsibilidade.

Fonte: Pensar Agro

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AGRO & NEGÓCIO

Trump x China pode reposicionar o Brasil no comércio global de grãos

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A escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China ganhou novos capítulos nesta sexta-feira (10.10) e volta a redesenhar o tabuleiro do comércio agrícola mundial, com potencial de impacto direto sobre o Brasil.

O governo chinês anunciou que passará a cobrar taxas portuárias especiais sobre navios e empresas norte-americanas a partir do dia 14, em resposta ao tarifaço de 100% sobre produtos chineses anunciado por Donald Trump, que também prometeu impor controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” a partir de 1º de novembro.

Em tom beligerante, o republicano justificou as medidas dizendo que Pequim “assumiu uma posição extraordinariamente agressiva” ao sinalizar restrições de exportação em larga escala, incluindo o controle sobre elementos de terras raras, que são minerais estratégicos usados nas indústrias de tecnologia e defesa. Segundo Trump, trata-se de “um plano elaborado há anos pela China” e “uma vergonha moral” no comércio internacional.

A retaliação chinesa levou o mercado financeiro e de commodities a reagirem de imediato. Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago caíram 1,52% no vencimento de novembro, negociados a US$ 10,06 por bushel, enquanto o contrato de janeiro recuou 1,47%, a US$ 10,23.

O milho também recuou, acompanhando a queda do petróleo — o que reduz a competitividade do etanol de milho nos EUA. Já o trigo, pressionado por uma safra global recorde e grandes colheitas esperadas na Argentina e na Austrália, renovou mínimas de quase dois meses.

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Ao anunciar o novo pacote de medidas, Trump afasta qualquer expectativa de reaproximação com Pequim e interrompe o diálogo que vinha sendo conduzido por diplomatas de ambos os países. Um encontro entre Trump e o presidente Xi Jinping, previsto para ocorrer nas próximas semanas na Coreia do Sul, foi cancelado após as declarações públicas.

Do ponto de vista brasileiro, o movimento pode abrir oportunidades no curto prazo, mas também acende sinais de alerta. A China, principal compradora da soja nacional, tende a aumentar sua dependência de fornecedores alternativos, como Brasil e Argentina, para compensar a elevação dos custos de importação dos EUA. O histórico mostra que em crises semelhantes o Brasil chegou a exportar volumes recordes para o mercado chinês, aproveitando o vácuo deixado pelos produtores americanos.

Entretanto, analistas alertam que a guerra comercial também pode pressionar os preços internacionais, como já se viu nesta sexta-feira. A queda nas cotações em Chicago reduz a rentabilidade das exportações e pode afetar as margens do produtor brasileiro, especialmente no início da safra 2025/26. Além disso, o Brasil passa a operar em um cenário de maior volatilidade cambial e geopolítica, no qual as vantagens de curto prazo podem se diluir diante da instabilidade global.

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O novo embate entre as duas maiores economias do planeta ocorre em um momento de fragilidade no comércio internacional. Com a desaceleração do crescimento global e o aumento da incerteza sobre políticas industriais e climáticas, o “tarifaço” de 100% tende a gerar uma reorganização de fluxos logísticos e estratégicos. A China pode buscar ampliar parcerias com países emergentes, especialmente do BRICS, enquanto os Estados Unidos reforçam sua estratégia de segurança econômica e controle tecnológico.

Para o Brasil, o desafio será converter a vantagem comercial momentânea em posicionamento estratégico de longo prazo. Num cenário em que a geopolítica volta a influenciar preços e cadeias produtivas, o país precisa equilibrar a relação com os dois gigantes: aproveitar o espaço no mercado chinês sem comprometer as relações com os EUA, e manter competitividade num ambiente cada vez mais dominado por tarifas, subsídios e disputas regulatórias.

Em meio à turbulência, o agro brasileiro volta a ocupar o centro das atenções globais, desta vez, não apenas como fornecedor de soja, milho e carne, mas como fator de equilíbrio em uma guerra comercial que pode redefinir o comércio mundial nos próximos meses.

Fonte: Pensar Agro

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