Pesquisar
Close this search box.

artigos

A diferença entre o legado e a herança

Publicados

em

Por Leandro Facchin

Enquanto a herança contempla a totalidade ou parte ideal dos bens deixados pelo falecido, o legado compreende um bem determinado ou um conjunto de bens determinados, devidamente individualizados em testamento, deixado a uma ou mais pessoas, podendo ser parente ou não, ao que se dá o nome de legatário.

O legado muito se parece com uma doação, a diferença é que este é ato unilateral, que somente produzirá efeitos com a morte do testador, ao passo que a doação é ato bilateral, ou seja, depende da vontade de quem doa e de quem recebe.

Há no legado a presença de três figuras: I-) o testador, também denominado legante, que é aquele que outorga o legado; II-) o legatário, aquele que é o beneficiário do legado, III-) o onerado, que é aquele responsável por prestar o legado.

Importante esclarecer que o legatário não é atingido pelos efeitos da saisine, ao contrário do herdeiro, isto é, não ingressa na posse da coisa quando ocorre a morte do testador. No entanto, desde a abertura da sucessão, a coisa legada já pertence ao legatário.

Observa-se que o Código Civil confere ampla liberdade de testar, em decorrência do princípio da autonomia da vontade. Assim, pode o objeto do legado consistir em bens corpóreos ou bens incorpóreos, devendo ainda, ser lícito e possível.

Quanto às espécies de legado, pode ser puro e simples, que é aquele que produz efeitos normalmente, sem depender de qualquer fato. O legado condicional é aquele que tem seu efeito atrelado a evento futuro e incerto, desde que não seja captatório (desejo de usufruir vantagem).

O legado a termo é quando sua eficácia é limitada pelo tempo, tornando-se perfeito ou extinguindo-se no prazo instituído. O legado de subcausa é aquele que ao instituí-lo o legante declara o motivo que deu causa a tal liberalidade.

Por fim, o legado modal pode conter uma obrigação ou encargo. Vale destacar que se o legatário aceitá-lo anui também com o ônus que o acompanha. Caso o legatário não cumpra o encargo, a liberalidade poderá ser revogada.

Leandro Facchin é advogado, vice-presidente da Comissão de Direito Agrário da OAB-MT e especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – e-mail: [email protected]

Comentários Facebook
Propaganda

artigos

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças: Conscientização e Ação

Publicados

em

Por Virginia Mendes

No dia 18 de maio, o Brasil se une em uma importante causa: o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Identificada pela cor laranja, esta data, instituída pela Lei Federal 9.970/2000, é um marco para a conscientização e mobilização da sociedade contra essa grave violação dos direitos humanos.

Infelizmente, o abuso e a exploração sexual de crianças são realidades cruéis que persistem em nossa sociedade, afetando milhares de vidas todos os anos. Muitas vezes, esses crimes ocorrem dentro do próprio ambiente familiar ou são perpetrados por pessoas próximas à criança, o que dificulta ainda mais sua identificação e denúncia.

Em Mato Grosso, a partir de uma união de esforços, criamos a Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e Vulneráveis. A medida foi aprovada via Lei Complementar, e é exercida pela Polícia Judiciária Civil de MT (PJC-MT). De acordo com dados da coordenadoria em Mato Grosso de 2019 a 2023, houve um aumento de 13% de crimes contra menores; de janeiro até abril deste ano, foram registrados 3.204 casos.

O aumento se deve às denúncias, porque até pouco tempo havia uma certa dificuldade nas investigações devido ao desconhecimento dos casos por parte da justiça. Conforme o relatório, os crimes mais cometidos são: lesão corporal, ameaça, estupro de vulnerável, abandono, injúria, difamação, corrupção de menores/estupro e assédio sexual. Os dados ainda apontam que os locais onde mais ocorrem os crimes são residências, via pública, escolas, internet e creches.

É doloroso falar sobre esse assunto, ainda mais quando somos pais e temos a consciência de que nossos filhos vieram para serem cuidados e amados. Saber que fora do nosso alcance existem crianças e adolescentes precisando de socorro nos aflige, por isso precisamos falar sobre o assunto e compreender as faces dos crimes contra os menores.

No caso do abuso sexual, ele não se restringe apenas à violência física, mas também inclui formas de violência psicológica e emocional, deixando cicatrizes profundas nas vítimas e impactando seu desenvolvimento físico, mental e emocional. O nosso maior bem, o futuro do nosso país, precisa de socorro. Não consigo entender o porquê de tanta crueldade com nossos pequeninos, já que existem muitas pessoas que desejam filhos e estão prontas para amar essas crianças.

Neste Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças, é importante refletir sobre a importância da prevenção e da proteção desses indivíduos vulneráveis. A educação e a conscientização são armas poderosas nessa luta, pois ajudam a identificar os sinais de abuso e a promover um ambiente seguro para as crianças se expressarem e buscarem ajuda.

A implantação de uma coordenadoria específica ao combate de crimes contra vulneráveis, no âmbito da Polícia Civil, foi um importante avanço para o nosso Estado, no sentido de fortalecer os mecanismos de proteção e garantias de direitos das vítimas vulneráveis, padronizando o atendimento na busca de provas, encaminhamentos necessários e direcionamento urgentes como psicológico, médico e jurídico adequados.

Vale ressaltar que a denúncia é um passo crucial para interromper o silêncio que, muitas vezes, mantém o ciclo de abuso que perpetua de geração em geração, além de garantir que os agressores sejam responsabilizados e penalizados.

Neste sentido, precisamos unir todas as forças. É essencial o papel das instituições governamentais, organizações não governamentais, profissionais de saúde, educadores, familiares e toda a sociedade em geral. Somente com esforços conjuntos e uma postura firme contra o abuso e a exploração sexual de crianças podemos criar um ambiente mais seguro e protegido para as gerações futuras.

Portanto, neste Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças, vamos renovar nosso compromisso em proteger os direitos das crianças e adolescentes, promovendo uma cultura de respeito, empatia e solidariedade. Juntos, podemos fazer a diferença e construir um futuro mais justo e digno para todos. A denúncia salva vidas, ligue 197 ou 100 e nos ajude a proteger as crianças e adolescentes.

Virginia Mendes é economista, primeira-dama de MT e voluntária no Governo de MT na Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF).

Comentários Facebook
Continue lendo

Polícia

MATO GROSSO

Política Nacional

AGRO & NEGÓCIOS

ESPORTES

VARIEDADES

CIDADES

TECNOLOGIA

Mais Lidas da Semana